Rendimentos a descer? Primeiro corte dos portugueses será no Natal

Um inquérito realizado pela OpinionWay para o Oney Bank mostra que numa situação em que os rendimentos diminuem ao longo dos próximos seis meses, 74% dos portugueses refere que a primeira despesa a cortar será o orçamento para a época natalícia. Seguem-se os produtos de electrónica (71%) e o mobiliário/decoração (70%).

O mesmo estudo “Consumo pós-confinamento” indica que, devido à crise pandémica, 54% dos consumidores portugueses não tem intenção de aumentar os seus gastos nos próximos tempos.

Além de Portugal, outros quatro países foram abrangidos na análise às expectativas de consumo (França, Itália, Espanha e Alemanha) e, olhando para o quadro mais geral, uma em cada quatro pessoas acredita que a crise de saúde pública afectará os seus rendimentos. Em Portugal em concreto, cerca de 31% dos entrevistados espera uma diminuição de rendimentos nos próximos seis meses. Por outro lado, 14% dos inquiridos acima dos 35 anos antecipa um aumento até ao final deste ano.

Perante o montante disponível, o preço mantém-se o factor determinante no momento de escolher o produto a comprar: no total dos inquiridos em Portugal, indica o Onew Bank, o preço é o mais importante para 80%. Outro aspecto que se mostra cada vez mais importante está relacionado com a produção local/nacional, uma vez que 82% dos inquiridos estão dispostos a privilegiar este critério nas despesas de alimentação.

“Assim, apesar de os comportamentos socialmente responsáveis estarem a ser afectados pelas actuais circunstâncias, em Portugal 31% dos inquiridos afirma estar disposto a pagar até 20% a mais por produtos alimentares locais e/ou nacionais”, aponta o estudo.

Online também conquista

Durante o período de confinamento, os europeus passaram a fazer compras através dos canais digitais. Os espanhóis (67%) revelaram ser os maiores adeptos de comércio electrónico, seguidos pelos italianos (66%) e pelos portugueses (62%). Quanto às categorias mais populares, destaque para produtos alimentares (33%) e vestuário (27%) no caso específico dos internautas portugueses.

O Oney Bank justifica este boom com a necessidade de uma alternativa remota mas também com a democratização do consumo digital devido à facilidade de utilização: quatro em cada cinco europeus fizeram a mudança sem problemas. Os portugueses registaram a percentagem mais elevada de conhecimento ou adopção de um novo serviço digital (83%) nos últimos meses.

De acordo com o mesmo estudo, a tendência deverá ser duradoura, com 67% dos portugueses a pretender continuar a comprar online artigos de cultura; 68% tenciona fazer o mesmo com electrodoméstico e 67% dos espanhóis com viagens e férias.

Ainda assim, dois em cada três europeus preferem comprar nas lojas físicas. O mesmo se verifica junto dos portugueses, uma vez que 81% dos inquiridos por cá mantém esta preferência mais tradicional.

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