Receita publicitária dos media vai cair nos próximos 18 meses. A solução são novas fontes

Ao longo do próximo ano e meio, 64% dos líderes em empresas de media afirma a estabilização ou queda de receita publicitária e procura por novas fontes de receita. Neste sentido, 73% das empresas já apostou em novas fontes de rendimento.

A conclusão é do Media & Entertainment Industry Insights Report da Salesforce, que destaca a transformação do modelo de negócio. A empresa inquiriu 350 líderes do sector dos media e entretenimento em sete países. A ascensão dos modelos de streaming, redes sociais e conteúdos por assinatura na última década, obrigou a indústria a reformular fontes de receita para se manter próximo das expectativas dos clientes.

Os profissionais inquiridos citam o aumento da concorrência como o principal desafio, superando factores como o fim das cookies de terceiros, os valores dos assinantes e os custos crescentes das pressões inflacionárias. Embora 65% dos consumidores assine pelo menos um serviço de vídeo, 39% desses acredita que não valem o seu custo.

Como resultado, as empresas de media e entretenimento registam taxas anuais de rotação de clientes significativas – 17%, em média – com a maior percentagem registada entre fornecedores de serviços de streaming e operadoras de TV a cabo/satélite.

Novas formas de obter receita

A publicidade continua a ser a principal fonte de receita para as empresas, tanto em termos de participação das empresas que arrecadam receita de publicidade, como em receita média por utilizador. No entanto, a perspectiva sobre os gastos com publicidade está longe de ser positiva, com apenas 15% dos entrevistados a esperar um aumento nos próximos 18 meses.

Para reverter uma queda nos gastos com publicidade e capitalizar sobre novas tecnologias e comportamentos do consumidor, as empresas estão activamente à procura de estratégias de negócio mais diversificadas. O marketing de influência é um exemplo desta tendência, com 65% dos profissionais de media e entretenimento a relatar que as suas empresas fazem hoje parcerias com influenciadores para a promoção de produtos e serviços, atrair utilizadores para plataformas e muito mais.

A Web3 também está a ser considerada, de forma séria, por diferentes de empresas, pela capacidade de gerar receitas e oferecer experiências diferenciadas. Os casos de uso da Web3 relacionados com programas de fidelização, gestão de activos do mundo real e monetização de conteúdo são vistos como os mais promissores para o sector.

Perante a necessidade de fazer mais com menos, ao mesmo tempo em que procuram conquistar públicos exigentes contra uma concorrência feroz, as empresas de media e entretenimento estão a focar-se nos ganhos de eficiência. Quase a totalidade (99%) dos profissionais diz que as suas empresas estão a investir em eficiência operacional.

O fluxo de trabalho e a automação de processos são uma grande parte dessa equação, mas ainda há trabalho por fazer. Por exemplo, não mais do que 37% dos entrevistados diz que um determinado processo na sua empresa é totalmente automatizado, com tarefas como previsão de rotatividade e produção de conteúdo com maior probabilidade de serem totalmente ou maioritariamente manuais.

«Um mercado de media saturado que tem vindo a oferecer aos consumidores infinitas opções de escolha, combinado com condições económicas desafiantes, exige que as empresas do sector se diferenciem e, ao mesmo tempo, encontrem maneiras de reduzir custos», afirma Christopher Dean, vice-presidente sénior e director-geral de Communications, Media & Entertainment da Salesforce. «A tecnologia, como a automação e a IA generativa, pode impulsionar a eficiência e melhorar as experiências do cliente. Será fundamental quando se trata de permanecer ágil e num lugar de destaque num mercado lotado.»

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