«Quero ser a “Farfetch da Arte”»
Um ponto de encontro entre jovens artistas e compradores que ajude à democratização da arte. É tão só este o propósito do Merc’Art, uma iniciativa de Alexandra Quadros – ex-criativa que passou por agências como Publicis e Ogilvy – e que se apresenta a partir de hoje e até daqui a 40 dias no Lx Factory, em Lisboa.
Há muitos anos apaixonada pela Street Art – tendo escrito um trabalho sociológico ainda na faculdade e escrito sobre esta área já quando andava pelas agências para a revista inglesa de arte contemporânea e grafitti V&A –, Alexandra despertou para a possibilidade de verdadeiramente democratizar a arte numa viagem a Barcelona. Sonhou, desenhou, planeou e, em 2016, fez nascer a primeira edição do Merc’Art.
«A ideia é democratizar a arte em vários sentidos. Na mistura de artistas, que podem vir da ilustração, pintura, street art ou fotografia; podem ser rising stars ou famosos e quem nunca expôs; podem apresentar originais ou reproduções. A curadoria é minha e o critério é meu;», explica Alexandra, sublinhando: «Este é um projecto português que vai morrer se ficar em Portugal». De resto, Alexandra já conseguiu levar os seus artistas a Nova Iorque a uma feira de arte submersiva, após convite directo.
Mas o que Alexandra ambiciona é vir a ter parcerias como Portugal-Espanha em que 50% dos artistas serão portugueses e 50% serão locais.
Com vertente online e offline, no fundo a Merc’Art quer tornar-se, um dia, a “Farfetch da Arte”. «O que eu quero é levar a arte portuguesa ao mundo», confessa Alexandra Quadros, revelando que tem que crescer lá fora.
Todos os anos, a Merc’Art lança então uma nova colecção de artistas online, a que se seguem 40 dias offline – o que acontece a partir de hoje no Lx Factory -, sendo o conceito de “art container”. No fundo, o que Alexandra tem é um contentor que irá poisar naquele local de Lisboa mas que poderá seguir para outras zonas ou cidades. Tudo o que não se vender ao longo destes 40 dias fica o ano inteiro disponível online no site do Merc’Art. Mas, garante, «este ano as edições serão ainda mais limitadas», de nomes como André Carrilho, Tamara Alves, da fotógrafa Isabel Pinto ou do ilustrador Luís Alegre.
Depois disso quer seguir para a organização de uma série de talks, precisamente sobre a arte nas cidades, em várias vertentes.Este ano, a Merc’Art tem como major sponsor a Mini e apoio da Beefeater.
Texto de M.ª João Vieira Pinto