Quer saber como era viver na Lisboa de 1755? Quake recria terramoto
Há pouco mais de um ano, abria em Lisboa o Quake, um centro interactivo que leva os visitantes numa viagem ao passado, mais concretamente a 1 de Novembro de 1755, quando Lisboa foi assolada por uma tríade de desastres: terramoto, tsunami e incêndio.
Quando foi inaugurado, o Quake apresentava na sua carta de intenções o objectivo de ser mais do que um museu. Queria proporcionar uma experiência interactiva que ajudasse os visitantes a perceberem o que aconteceu em 1755 e, além disso, alertar para os riscos de um novo fenómeno sísmico. Olhando para o caminho percorrido até agora, Clara Santiago garante que o objectivo foi cumprido: «Para nós, a experiência dos visitantes deve ir além do que habitualmente vemos num museu, na medida em que damos corpo à História, tornando-a mais real. O que queremos é que esta experiência, em formato de viagem no tempo, recrie o passado, mas abra também horizontes para o futuro, no sentido da sensibilização e até da preparação para futuras catástrofes deste género.»
Com a ajuda de tecnologia, é possível sentir o chão a tremer, por exemplo, e aprender o que fazer (ou não) em caso de terramoto. O feedback dos visitantes sugere que «o lado interactivo é, efectivamente, fundamental para passar estas mensagens de sensibilização e alerta, pois só assim se consegue torná-las mais efectivas, percepcionadas de uma forma mais realista».
E desengane-se quem acredita que esta interacção só chama a atenção dos mais novos. O perfil do visitante corresponde, na sua maioria, a famílias, com crianças e jovens com idades a partir dos 6 anos. Verifica-se também uma elevada procura por parte do universo escolar e das actividades juvenis, assim como de grupos empresariais, nos mais diferentes formatos: team buildings, incentivos, ou acções de formação. É que a experiência consegue envolver pessoas de todas as idades, através de uma espécie de caça ao tesouro e de desafios.
«Olhando para os nossos dados, começamos a sentir que há efectivamente interesse por parte do público internacional», comenta Clara Santiago, Marketing manager no Quake.
De acordo com a profissional, existe ainda muito trabalho a fazer de forma a captar o interesse de mais turistas, sendo que o target internacional é estratégico para o Quake. «Contamos atrair ainda mais visitantes estrangeiros, para que estes fiquem também a saber mais sobre a história da cidade de Lisboa e a conhecer mais em profundidade um dos acontecimentos que alterou profundamente as suas características, bem como influenciou a toda a Europa à época.»
Para isso contribui uma aposta em comunicação que passa por ter toda a informação actualizada no site e nas redes sociais do Quake, com especial foco no Instagram e no Facebook. Pontualmente, também são preparadas campanhas e disponibilizadas oportunidades especiais para os visitantes, «de forma a alavancar as mensagens e a oferta, em particular em datas significativas».
Também está prevista a organização de formações, palestras, entre outras actividades, sobre temas relacionados com os terramotos.