Quem quer um carro elétrico? Quase ninguém…e já há marcas a pensar se valem a pena

Estão os veículos elétricos a resultar? A pergunta tem dividido os especialistas e no horizonte está uma nova era de transição – a política dos EV de luxo, que poderiam gerar mais rapidamente lucros para este segmento, desmoronou nos últimos meses e as marcas automóveis lutam para se ajustarem.

No entanto, a procura de EV não diminuiu completamente: uma nova ‘onda’ de compradores entrou no mercado à procura de opções elétricas mais acessíveis e práticas, e de preferência por híbridos em vez de EV puros.

A nova ‘tendência’ obrigou as marcas a redesenhar os seus planos e implementar novas estratégias, depois de ‘pisarem os travões’ nos EV no final de 2023. De acordo com o site ‘Business Insider’, no início desta semana, a CEO da GM, Mary Barra, indicou que a marca automóvel – cuja campanha EV ‘all-in’ de alto perfil foi lançada no Super Bowl – começaria a contar com vendas de híbridos nos Estados Unidos.

Na Europa, a sueca Volvo salientou que estava a retirar financiamento da sua empresa de veículos elétrico Polestar – estas mudanças estratégicas seguem-se a outros sinais de problemas para os planos de EV, como a decisão da Hertz em ‘despejar’ um terço da sua frota de elétricos.

No entanto, impõe-se a questão: compensa a aposta nos híbridos?

Nos últimos anos, a indústria automóvel foi dividida em dois campos de estratégias para veículos elétricos.

O primeiro, como a GM e a Volkswagen, procurou saltar os híbridos e ir direto para uma linha totalmente elétrica, enquanto o segundo, como a Toyota e a Stellantis concentrou-se em híbridos plug-in para o curto prazo, com mais EV no futuro.

Não era claro qual a estratégia que iria ser vencedora, mas a decisão da GM é o primeiro sinal de que os executivos da indústria estão a reconhecer a necessidade de híbridos, pelo menos no curto prazo.

“A implantação de tecnologia plug-in em segmentos estratégicos proporcionará alguns dos benefícios ambientais dos EV conforme o país continua a construir a sua infraestrutura de carregamento”, salientou Barra, ao mesmo tempo em que garantiu que o objetivo final da GM ainda é eliminar as emissões até 2035. “Estamos a cronometrar os lançamentos para nos ajudar a cumprir os padrões mais rigorosos de economia de combustível e emissões que estão a ser propostos.”

O pensamento de Barra indicou como o cenário dos EV está a mudar: esta nova ‘onda’ de compradores curiosos com veículos elétricos tem muito menos probabilidade de tolerar as peculiaridades do carregamento, a ansiedade da autonomia ou outras mudanças significativas do estilo de vida.

Embora as mudanças nas exigências dos clientes por veículos elétricos sejam um fator determinante significativo na recente reviravolta dos planos da indústria, há outro culpado: a Tesla de Elon Musk, que iniciou uma guerra de preços no ano passado, flexibilizando as margens de lucro para reduzir os preços dos seus veículos e ao mesmo tempo permanecer rentável – algo que os concorrentes não podem fazer.

As empresas automóveis tradicionais estão assim a ser forçadas a repensar o seu caminho para a rentabilidade dos veículos movidos a bateria. “Este é um espaço bastante brutal”, garantiu o CFO da Mercedes-Benz, Harald Wilhelm. “Dificilmente posso imaginar que o atual estatuto seja totalmente sustentável para todos.”

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