Quem ganhou e quem perdeu com a pandemia? Dos eventos à psicologia
O sector dos eventos perdeu 765 milhões de euros com a pandemia de Covid-19 mas irá liderar a retoma. A previsão é da Fixando, plataforma online de contratação de serviços que analisou os vencedores e vencidos da crise sanitária e concluiu que o novo coronavírus não afectou da mesma forma a totalidade do sector terciário. No mesmo sentido, a recuperação também não será igual para todos.
«É um sector que só no primeiro mês de desconfinamento registou um crescimento de 71%», afirma Alice Nunes, directora de Novos Negócios da Fixando, referindo-se aos eventos. «Ainda assim, a redução da ocupação dos espaços de eventos para apenas 25% da lotação máxima poderá traduzir-se num aumento de preços por pessoa no sector, nomeadamente no que diz respeito às quintas e espaços para festas, cujo preço médio caiu apenas 20%, não tendo por isso, acompanhado a redução do número de convidados», alerta.
Quem ganhou?
Segundo a Fixando, o sector do bem-estar começou por sofrer uma quebra mas, depois, registou um crescimento de 342%, sendo um dos mais favorecidos pelo cenário de pandemia. Também as áreas de psicologia e personal training apresentaram crescimentos na ordem dos 695%, “derivado da adaptação ao online e da preocupação, por parte dos consumidores, em adoptar um estilo de vida mais saudável perante o perigo constante que a pandemia trouxe à saúde dos portugueses”.
O sector da assistência técnica também é destacado pela Fixando, com um aumento de cerca de 150% face aos valores pré-pandemia. Neste caso, a justificação reside no tempo passado em casa e na utilização mais frequente de alguns electrodomésticos.
Quem perdeu?
A mesma plataforma indica que o sector dos eventos é o mais prejudicado, com quebras estimadas na ordem dos 765 milhões de euros e um decréscimo superior a 85% nas transacções.
O sector dos serviços domésticos, por seu turno, tem profissionais que perderam, em média, 40% dos seus clientes. Segundo a Fixando, será fruto “da insegurança sentida por parte dos portugueses ao abrirem as portas das suas casas a elementos fora do agregado familiar”.
Como vai ser o desconfinamento?
A previsão da Fixando face ao período de progressivo desconfinamento envolve uma aceleração inicial na procura de serviços que foram adiados devido à pandemia, incluindo a área dos eventos.
No sentido inverso, poderá registar-se um recuo na procura dos serviços que foram indispensáveis apenas em altura de confinamento. Agora que os estabelecimentos voltam a abrir portas e que já não é preciso almoçar tantas vezes em casa, por exemplo, a assistêcia técnica poderá abrandar.
Mesmo assim, a Fixando considera que o mercado acabará por se equilibrar no final deste ano, adaptando-se a uma nova realidade, com novas ferramentas e formas de trabalho, com especial foco no mundo online.