Quem come “carne falsa”? Afinal, não são os vegetarianos
O que faz uma empresa de alimentação numa feira de tecnologia? A Impossible Foods marcou presença na edição deste ano da CES, em Las Vegas, para dar a conhecer ao mundo as suas mais recentes inovações: carne de porco e salsichas que de carne têm apenas o nome. A empresa dedicada ao desenvolvimento de alternativas à base de plantas tem conquistado a atenção dos consumidores – tal como outras marcas semelhantes, incluindo a Beyond Meat, cujo Beyond Burger já está à venda em Portugal.
Mas quem serão os responsáveis pelo sucesso (pelo menos em termos de comunicação) deste tipo de marcas? Um estudo do NPD Group revela que 90% das pessoas que consomem “carne falsa” também comem a versão tradicional (dados dos EUA). Isto significa que não são os veganos ou vegetarianos a alavancar esta categoria de produtos de origem vegetal. A culpa é dos flexitarianos.
Os consumidores que apenas desejam reduzir o consumo de produtos de origem animal – seja por razões de saúde ou ecológicas – serão os principais adeptos destas alternativas que parecem carne, têm um sabor e textura muito semelhantes mas que não são, efectivamente, carne.
Aliás, precisamente por se tratarem de opções tão parecidas com carne, os consumidores veganos e vegetarianos terão alguma dificuldade em sentir qualquer tipo de interesse. Em entrevista ao Cnet, um analista do NPD Group, garante que nos Estados Unidos da América a população não se está a tornar mais vegetariana, apesar do surgimento destes produtos. Segundo Darren Siefer, os consumidores estão apenas à procura de novas formas de incluir proteína na dieta.
Contudo, em termos de mercado, empresas como Impossible Foods ou Beyond Meat parecem ter encontrado um nicho com potencial de crescimento. Dados reportados pelo Cnet indicam que a Burger King, por exemplo, registou o melhor crescimento dos últimos quatro anos no último trimestre graças ao Impossible Whopper – feito com um hambúrguer da Impossible Foods.