Quando não se sabe aproveitar!

Editorial publicado na edição de Julho de 2016 da revista Marketeer

Esta edição da Marketeer tem dois trabalhos alargados dedicados ao desporto. Um Tema de Capa sobre os nossos atletas olímpicos, onde tentámos perceber a sua relação com as marcas e a facilidade em conquistá-las; e um caderno especial onde algumas marcas falam da sua presença no futebol. No final, não podemos deixar de partilhar algumas conclusões.

Sim, é um facto que o futebol será o desporto que mais visibilidade tem e que mais milhões movimenta. Seja em contratos de jogadores, em apoios de patrocinadores, em licenças de merchandising! Mas já será, também, o mais profissional. Agentes, marcas e jogadores partilham informações e respondem aos meios. Figo e Nuno Gomes são dois dos que já fizeram páginas da Marketeer.

Agora, passemos aos olímpicos. Os que erguem Portugal ao Mundo e continuam a conquistar vitórias.

São poucos os que já conseguem viver apenas e só do desporto, enquanto atletas profissionais. São poucos os que conseguem manter relações duradouras com marcas. São poucos, também, os que vão levar mais do que um nome de empresas portuguesas ao Rio de Janeiro. E foram poucos – contam-se, de resto, pelos dedos de uma mão – os que responderam aos contactos da Marketeer, para deles fazermos capa, este mês. Uma oportunidade perdida de exporem dificuldades e barreiras na gestão da sua carreira, de reforçarem a sua notoriedade enquanto atletas, de chegarem a mais leitores e, eventualmente, mais marcas. Ou não fosse a Marketeer a “revista das marcas e de quem as faz”!

O apoio de patrocinadores não é conquistado de véspera. E a gestão de uma carreira desportiva não é uma corrida de 300 metros. É uma maratona contínua, ou ultramaratona, com descidas, subidas íngremes e curvas, muitas curvas para contornar. Até percebo que nem todos os meios sejam equitativamente valorizados. Mas desperdiçar, quando se tem pouco… isso não!