Qual o papel da comunicação interna na estratégia empresarial?
Texto de Ana Margarida Ximenes, membro do Conselho Fundador do Observatório da Comunicação Interna e de Identidade Corporativa (OCI) e presidente da Atrevia Portugal
Uma das ferramentas fundamentais para a sustentabilidade e êxito das organizações é a comunicação interna (CI). Num mundo em constante mudança e cada vez mais complexo e competitivo, a CI assume um papel fundamental e indiscutível: permite o alinhamento dos colaboradores com os propósitos da organização, criando uma cultura mais forte. A CI é determinante ao nível do entendimento com todos os stakeholders e deve estar alinhada e ao serviço do negócio. Uma organização que valoriza a comunicação, gera transparência, confiança, antecipa necessidades, expectativas, potencia a criatividade, motivação e, consequentemente, o sentimento de pertença, a satisfação dos colaboradores e a excelência organizacional. É por isso imprescindível que existam canais de comunicação, próximos e acessíveis, adequados às necessidades dos colaboradores. Apostar em mais e melhor comunicação interna é um passo necessário para transformar os colaboradores em aliados. A comunicação reforça o sentimento de participação de todos os membros da organização e contribui para criar uma cultura corporativa comum.
Estamos na era das pessoas e nenhum CEO é capaz de liderar sem contar com a colaboração de todos e cada um dos colaboradores. As organizações devem hoje, e mais do que nunca, contar com colaboradores como motor da mudança. As pessoas são a essência, os verdadeiros protagonistas, e o activo mais importante, e os que vivem com paixão os valores da marca são verdadeiros embaixadores da marca, micropoderosos. A comunicação interna é vital para incentivar o sentimento de orgulho, pertença, aumentando o engagement dos colaboradores. Já Dwight D. Eisenhower referia que “a motivação é a arte de fazer com que as pessoas façam o que queremos que façam, porque elas o querem fazer”.
Um bom plano estratégico de comunicação interna deve contemplar a partilha com a equipa dos objectivos da organização, a forma como pretende alcançar as metas e o que se espera de cada colaborador. Primeiro há que saber informar. E como comunicar é mais do que informar, há que saber ouvir, cultivar a participação e passar à acção. Em todo este processo a comunicação deve ser sempre contínua, transparente e autêntica, evitando a propagação de rumores que afectam e desprestigiam a organização. A transparência e a clareza na difusão das ideias são por isso elementos indispensáveis para um bom clima organizacional.
Foi com o compromisso de conhecer, partilhar e inspirar cultivando o diálogo e incentivar a partilha de boas práticas de comunicação interna entre presidentes, directores e quadros superiores das organizações que em 2011 foi criado o Observatório da Comunicação Interna e Identidade Corporativa (OCI) e, oito anos mais tarde, os Prémios da Comunicação Interna. Todos os anos desafiamos as organizações, públicas e privadas, a apresentarem os modelos exemplares de boas práticas de CI em diversas categorias: Estratégia Integrada de Comunicação, Inovação em Comunicação Interna, Gestão da Mudança, Campanha Internacional, Transformação Digital, Líder Inspirador e Melhor Trabalho Académico. As candidaturas aos Prémios OCI estão abertas até dia 30 de Setembro. Participe!