Quais as tendências no consumo de vídeo em Portugal?

A Google desenvolveu novas ferramentas tendo em vista a optimização das campanhas publicitárias de marcas que escolhem as suas plataformas para anunciar. O Unique Reach in Adwords, ou Alcance Único no AdWords, permite aos anunciantes conhecer o número de utilizadores únicos e a média de impressões por utilizador entre os diferentes dispositivos a que acede à Internet.

Por outro lado, o tempo de visualização das campanhas in-stream e bumper também passam a estar disponíveis. Desta forma, os anunciantes podem saber exactamente quanto tempo é que os utilizadores despendem para assistir aos conteúdos.

Para suportar a nova ferramenta, a Google revela ainda alguns dados sobre os utilizadores, já que a “mera exposição à publicidade não é suficiente”. Em comunicado, a tecnológica indica que “para ter um impacto os anúncios devem captar a atenção” e, para isso, é preciso conhecer bem a audiência.

Sobre os utilizadores portugueses, a Google avança que 38% vê vídeos todos os dias e que 34% destes fá-lo via smartphone. O Google Consumer Barometer 2016 indica ainda que 94% vê vídeos em casa, 81% vê através de sites ou aplicações online, 69% vê sem companhia e 51% na sala de estar. Sobre as suas motivações, 48% dos portugueses quer ser entretido e 39% quer relaxar. Música, comédia e filmes são os géneros de vídeos mais vistos.

Para Frederico Costa, head of Agencies da Google Portugal, as marcas estão muito atentas às novas tendências de vídeo, embora não exista uma resposta clara no que diz respeito ao tipo de conteúdos que mais atrai os consumidores. O responsável explica à Marketeer como tem crescido Portugal neste campo:

Como tem evoluído a relação entre os portugueses e o vídeo?

O consumo de video continua a crescer de forma muito acentuada em todo o mundo e Portugal não é excepção. Em primeiro lugar porque os consumidores passaram a ter a escolha do que querem ver, quando querem ver, onde querem ver. Depois porque o acesso a pacotes de dados de telecomunicações cada vez mais universais removeu muitas barreiras ao consumo massivo de video via smartphone e aqui sim o consumo passou a estar absolutamente democratizado. Hoje, o acesso a conteúdos de video de qualidade via smartphone, PC, tablet e também nas Smart TVs acelera a adopção por parte das pessoas.

As marcas têm acompanhado esta mudança?

Sim. As marcas estão muito atentas a estas tendências porque querem continuar a tentar encontrar formas de chegar eficientemente aos seus targets. O vídeo é hoje uma excelente opção para as marcas se relacionarem com os seus públicos-alvo porque é uma das plataformas onde as pessoas passam mais tempo.

E da forma correcta? Ou ainda não perceberam exactamente o potencial deste canal?

Diria que cada vez mais da forma mais correcta. O Youtube dá aos anunciantes soluções relevantes para todos os objectivos de comunicação. Se a opção for massificar a cobertura e garantir notoriedade existem formatos como os Bumper Ads que garantem às marcas exposição massiva. Se pelo contrário o objectivo é engagement então o Trueview é o formato mais adequado. Há claramente soluções para os diferente objectivos e as marcas estão cada vez mais sofisticadas na utilização das melhores soluções.

Quais são os tipos de vídeo que mais agradam aos portugueses?

O consumo é muito variado, não há um padrão muito claro mas como é óbvio tudo o que esteja relacionado com entretenimento, comédia, música e filmes está dentro do que é mais consumido. Assistimos também hoje a fenómenos como os “How To” em que as pessoas consomem vídeos para aprender a fazer qualquer coisa, seja um prato para uma refeição, seja um penteado sofisticado ou a maquilhagem para um evento

Qual é a duração ideal de um vídeo para captar a atenção dos do público português?

Não sei se existe uma resposta correcta a essa questão. Mais do que a duração ideal o mais importante é a qualidade do anúncio e da mensagem que passa e depois a relevância para o utilizador. Cada vez mais as marcas têm que captar a atenção dos utilizadores e isso consegue-se por ter bons produtos e serviços mas também através de uma mensagem de qualidade e relevante para os consumidores. Há hoje marcas que estão a construir filmes de longa duração, 5 minutos ou mais, mas que conseguem mesmo assim atrair os seus consumidores a um consumo tão elevado.

De que forma as novas métricas vão impactar os anunciantes em Portugal?

Algumas das métricas são muito relevantes porque vão dar aos anunciantes informação muito relevante sobre as suas campanhas. O Unique Reach vai permitir às marcas medir o número de “unique users”  e o número médio de impressões por utilizador entre os diversos devices, ecrãs e plataformas. Além disso é muito importante garantir que a mensagem não é só vista mas é também ouvida.Sabemos hoje que consumidores que vêem anúncios de video com som têm maior notoriedade de marca e maior recordação publicitária do que aqueles que apenas vêm ou que apenas ouvem os anúncios.

No Youtube a taxa de viewability é de 93% que compara com 66% como olhamos para o resto da Internet e apps. Ao mesmo tempo 95% dos anúncios no youtube são vistos com som.

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