PwC: Potenciar experiências únicas
Este Experience Center da PwC Portugal possui o factor distintivo de ser concebido contemplando uma forte componente de Tech Lab vocacionada para a experimentação de tecnologias do metaverso e de tecnologias imersivas. O propósito é só um: com recurso a criatividade e inovação, potenciar experiências verdadeiramente únicas e imersivas a todos aqueles que visitam o espaço e assim desafiar as suas práticas actuais, impulsionando a transformação dos seus negócios.
Para tal, foi estabelecida uma parceria com a startup Dimmersions, um parceiro de referência no desenvolvimento e implementação de soluções e tecnologias que integram o metaverso (AR, VR, MR, Blockchain e AI). Esta parceria torna-se ainda mais relevante pela ambição partilhada de gerar valor para os clientes através das tecnologias, tendo em vista a resolução dos principais desafios das suas organizações. Miguel Dias Fernandes, Consulting partner e Metaverse leader da PwC, explica à Marketeer a sua visão sobre o metaverso.
Qual o papel de cada empresa nesta parceria?
A parceria entre a PwC e a Dimmersions representa uma simbiose perfeita, uma vez que conjuga o expertise de negócio, das tendências do mercado e da realidade dos clientes da PwC, com o know-how técnico e tecnológico da Dimmersions.
Possuir uma carteira de clientes das mais diversas indústrias e sectores e uma vasta experiência do mercado oferecem à PwC Portugal não só uma vantagem competitiva, como a capacidade de identificar as áreas e/ou oportunidades onde as tecnologias do metaverso podem aportar maior valor e criar maior impacto na sociedade.
Da mesma forma, o conhecimento ainda pouco profundo no mercado sobre a implementação deste tipo de tecnologias, e a capacidade de as adequar à realidade de cada cliente, colocam a Dimmersions numa posição privilegiada, beneficiando do first-mover group advantage.
O resultado desta parceria culmina na criação do Experience Center como o local ideal para mostrar a clientes e parceiros soluções tecnológicas diferenciadas, desafiar o seu status quo e suportar a resolução de problemas de forma inovadora, sempre com uma visão integrada de negócio, experiência e tecnologia.
Que razões vos levam a trabalhar o metaverso numa fase tão embrionária? Qual a oportunidade?
Apesar de haver uma noção generalizada de que o metaverso é algo recente e que está ainda numa fase embrionária, a verdade é que este conceito teve a sua origem na década de 90 e desde então tem vindo a ser progressivamente consolidado.
Ainda que o conceito de metaverso seja actualmente uma tendência e se tenha viralizado, há já mais de uma década que a PwC tem presente na sua agenda este conceito, trabalhando desde então com estas tecnologias.
O apetite para o metaverso existe, quer do ponto de vista de negócio como do cliente – um estudo de 2022 da PwC afirma que mais de 82% dos CEO entrevistados esperam que as tecnologias do metaverso façam parte da sua realidade dentro de três anos. As empresas já entenderam o potencial associado a estas tecnologias e a capacidade disruptiva e transformadora que podem ter nos seus negócios.
À medida que as tecnologias e as preferências dos clientes continuam a evoluir, mais o metaverso se torna relevante e capaz de oferecer uma solução eficaz à experiência do utilizador.
De que forma as componentes de realidade virtual e realidade aumentada são abordadas neste projecto?
Desde a génese do projecto, sempre esteve presente uma visão futurista, com o lançamento do mote: construir o amanhã, hoje. Desse modo, as tecnologias de Realidade Estendida (XR) – que engloba AR, VR e MR –, de Inteligência Artificial (AI) e as Impressoras 3D são o coração do Experience Center. Neste espaço, a PwC Portugal dispõe de várias experiências totalmente inovadoras, que são ajustadas à realidade de cada sector e cliente (use cases), tendo sempre a tecnologia como o principal driver.
O Experience Center encontra-se dividido em dois grandes espaços: o primeiro, a “sala do presente”, na qual é demonstrado e desafiado o potencial tecnológico acessível já hoje às empresas, através da selecção de use cases em realidade aumentada e realidade virtual para cada cliente –, tornando evidente o enorme valor percepcionado para o mercado B2B e B2C, valor esse alavancado pela combinação com tecnologia já existente; e o segundo, a “sala do futuro”, na qual o cliente é convidado a mergulhar numa experiência totalmente imersiva de realidade virtual – com recurso a tecnologia de ponta que não se encontra acessível no mercado. O objectivo é desafiar o cliente a pensar em qual pode ser o próximo nível da tecnologia imersiva e desvendando o véu do que, no futuro, poderá vir a ser a realidade desta tecnologia.
Em termos gerais, que papel ocupa o metaverso na estratégia da PwC?
O papel do metaverso e das tecnologias imersivas encontra-se intimamente ligado com a estratégia global da PwC “The New Equation”, que reage às mudanças estruturais do mundo actual, tais como a disrupção tecnológica, e com o seu posicionamento tecnológico “human-led e tech-powered”.
Esta estratégia concretiza-se, em parte, na utilização de BxT (Business, Experience and Technology) como filosofia de trabalho. Esta filosofia assenta numa análise de problemas concretos com recurso a três lentes distintas: Negócio [B], Experiência [X], Tecnologia [T]. Esta tripla combinação permite reformular problemas e identificar soluções que muitas vezes não são possíveis de criar, quando analisadas por apenas uma das lentes em separado.
Esta estratégia encontra-se igualmente vertida, de forma visível, nos milhares de colaboradores que trabalham diariamente com estas tecnologias (programadores, designers de experiência, etc.), nas várias geografias em que a PwC opera.
No entanto, estas tecnologias não são apenas utilizadas nas soluções que a PwC desenha para os seus clientes, sendo também utilizadas internamente, tal como são exemplos: o PwC Global Metaverse Campus – em que centenas de colaboradores PwC, de todo o mundo, trabalham juntos, num espaço 3D imersivo ou os campus especializados que possui no metaverso para fins formativos.
Mais recentemente, esta estratégia consubstanciou-se também na cidade de Lisboa, com a criação do Experience Center, que acaba assim por se juntar a outras como Shangai, Bangalore, Kolkata, Texas ou Londres, e a colocar o metaverso e as tecnologias imersivas no centro das suas prioridades.
Quais as utilizações possíveis para as empresas?
Este tipo de tecnologia tem uma infindável diversidade de aplicações, desdobrando-se pelos vários sectores, indústrias e tipologias de empresas. Alguns exemplos de aplicações já utilizadas:
• Planear ordenamento do território através de um digital twin, ou oferecer serviços deslocalizados no metaverso (empresa do sector público);
• Utilizar realidade virtual para simular ambientes produtivos numa fábrica, ou para dar formação aos seus colaboradores (empresa industrial);
• Oferecer serviço de scan 3D de imóvel ou de automóvel, para mais rapidamente avaliar o impacto de sinistros e reduzir situações fraudulentas (empresa seguradora);
• Utilizar realidade virtual para criar patient journeys de pacientes que tenham fobia a ressonância magnética (empresa do sector da Saúde);
• Simular ambientes “caóticos”, como a Black Friday, num espaço comercial, para dar formação aos seus colaboradores (empresa retalhista);
• Utilizar digital twins para os clientes visitarem, virtualmente, os imóveis, antes destes estarem terminados (empresa do sector Imobiliário);
• Permitir que doentes em internamento prolongado possam visitar virtualmente locais que, de alguma forma, possam ter sido marcantes na sua vida (empresa do Terceiro Sector ou do sector da Saúde).
Este artigo faz parte do Caderno Especial “O Mundo do Metaverso”, publicado na edição de Março (n.º 320) da Marketeer.