Put your money where your mouth is
Na última edição da revista “Contagious” perguntavam a Deborah Conrad, a CMO da Intel, quais eram os seus concorrentes fora da indústria (a indústria dela). A pergunta pode parecer disparatada à primeira vista. Então uma empresa de tecnologia tão especializada e focalizada como a Intel tem de se preocupar com a concorrência fora dessa indústria? A resposta é: claro que tem. E tal como a pergunta não foi disparatada, também a resposta da senhora Conrad não o foi. Ela respondeu “A concorrência são todas as marcas”. Todas as marcas, de todas as categorias, locais ou globais. A sua luta é por mindshare, não apenas marketshare.
Apenas este entendimento claro pode levar a Intel a lançar projectos como o Creator’s Project ou o recente The Beauty Inside e The Power Inside. Porque a Intel põe – como se diz nos filmes americanos – “their money where their mouth is”. É bom lembrar que para a maioria das pessoas a Intel é aquela coisa que não se vê, nem se sabe bem o que é, e que nas mãos de mentes mais limitadas viveria bem apenas com comunicação B2B. Como diz a sua CMO, a Intel é uma marca ingrediente. E ninguém quer saber de uma marca ingrediente, basta ver que os concorrentes “da indústria” não comunicam. Mas esta marca ingrediente que decidiu sair para fora do bolo (eu sei, eu sei, é uma metáfora parva), esta marca que concorre com todas as marcas do planeta e não apenas com os produtores de chips, consegue com a sua comunicação resultados comerciais extraordinários: em apenas oito semanas a série The Beauty Inside teve 70 milhões de views e 1,8 milhões de mobile engagements; a Intel e a Toshiba ganharam 96 mil fãs no Facebook e 8300 novos seguidores no Twitter. As vendas do portátil Ultrabook Portégé subiram 360% nas semanas a seguir à campanha. Nada mal para uma marca ingrediente.
“Melhorar a vida das pessoas em todo o mundo através da tecnologia” é a missão da Intel e, graças à qualidade e inteligência da sua comunicação, nós acreditamos. Não é corporate bullshit porque eles põem o dinheiro onde põem a boca, ou em bom português, não são só garganta como tantas marcas que andam por aí.
Texto Judite Mota
Fotografia Paulo Alexandrino