Publicidade que inclua partes do corpo editadas pode ser obrigada a incluir um aviso

O crescimento da utilização das redes sociais amplificou problemas que afectam muitas pessoas no mundo inteira, nomeadamente o transtorno alimentar e a dismorfia corporal. Para os combater, o deputado britânico Luke Evans, do Partido Conservador, vai apresentar uma medida que pretende obrigar anunciantes, publishers e influenciadores digitais a colocarem um aviso sempre que algum tipo de conteúdo publicitário incluir uma parte do corpo editada, parecendo diferente do que realmente é.

Luke Evans refere, em entrevista à Sky News, que vários deputados de outros partidos do parlamento britânico congratularam esta medida e, inclusive, políticos da Noruega e dos EUA contactaram-no para lhe dizer que querem avançar com algo semelhante nos respectivos países.

«Uma das coisas que mais me preocupa é o facto de as pessoas reagirem a uma imagem à qual nunca vão corresponder. Não tenho qualquer problema com as pessoas se quererem exercitar e ter uma vida mais saudável, mas não pode ser de uma forma distorcida e inalcançável», afirma o deputado.

Para o político, fazer com que as empresas adicionem um aviso sob, sob a forma de selo, às imagens editadas é «apenas uma pequena parte» de um problema social e cultural muito maior. E com ele concorda Tom Quinn, membro da associação Beat, que apoia pessoas com transtornos alimentares: a medida é bem-vinda, já que os serviços de apoio da associação registaram um aumento de pedidos em 300% durante a pandemia.

«Embora as redes sociais não sejam a única fonte do problema, sabemos, através das pessoas que acompanhamos, que a pressão de ter um determinado aspecto pode baixar a auto-estima e a confiança», salienta Tom Quinn. Além disso, a exposição a formas e tamanhos corporais irrealistas pode servir de “inspiração” para adoptar comportamentos menos saudáveis e que levam, eventualmente, a transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia.

Caso a medida seja aprovada, a Advertising Standards Authority, regulador independente do Reino Unido responsável pela área da publicidade, pode desenvolver normas concretas sobre o aspecto do aviso a ser colocado nas imagens, onde deve ser colocado, o que é considerado “editado” e qual é o propósito do anúncio.

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