Publicidade nas gravações automáticas de TV gera quase 200 queixas em dois meses

As operadoras de serviços de televisão começaram, em Agosto, a obrigar os espectadores a assistirem a conteúdos publicitários quando querem aceder a gravações automáticas. Porém, os portugueses não estão satisfeitos com esta novidade: em apenas dois meses, o Portal da Queixa recebeu perto de 200 reclamações neste sentido.

Entre 1 de Agosto e 7 de Outubro, a Meo foi alvo de 66 queixas, embora a marca de consumo da Altice Portugal seja a que apresenta um índice de satisfação geral mais elevado (70,9%). Logo depois surgem a Nos e a Vodafone, com 62 e 49 reclamações, respectivamente.

Segundo o Portal da Queixa, os consumidores reclamam, sobretudo, do facto de a nova medida não estar incluída nos termos do contrato. Em alguns casos, chegam mesmo a pedir a rescisão do mesmo por esse motivo.

«Um serviço prestado deve ter sempre como prioridade satisfazer a necessidade e a expectativa dos seus consumidores. Esta é uma premissa base, que todas as empresas procuram atingir através do sucesso com o seu cliente. Contudo, estamos perante uma realidade oposta a esta condição de confiança e reputação», comenta Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa.

Segundo o responsável, os consumidores ficaram, de repente, numa situação de imposição por parte do prestador de serviço, uma vez que passam a ser obrigados a consumir publicidade não solicitada. Pedro Lourenço explica que se trata mesmo de uma violação do RGPD.

Operadoras de Telecomunicações é um dos sectores com mais queixas

Já antes desta questão da publicidade nas gravações automáticas, o sector das Operadoras de Telecomunicações era um dos mais reclamados. Entre 1 de Março e 7 de Outubro, o Portal da Queixa registou quase 10 mil reclamações, por diferentes razões, associadas a esta área.

Neste período, verificou-se um aumento de 37% das reclamações totais dirigidas às operadoras de TV, Net e Telefone face a 2019.

«Estamos também perante uma imposição que em nada vem beneficiar a reputação de um sector que há muito que tenta recuperar a confiança dos consumidores, criando um distanciamento ainda maior e empurrando, cada vez mais, os telespectadores para os serviços de streaming e on-demand online», acrescenta Pedro Lourenço.

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