Privatização da RTP adiada sem nova data

Do conselho de ministros realizado ontem não saiu nenhuma decisão definitiva quanto ao processo de privatização da RTP. O dossier foi adiado sem nova data prevista, alegando o Governo a falta de condições de mercado para fechar qualquer acordo no “timing” inicialmente previsto. Para já, o caminho da estação pública deve passar por uma reestruturação.

De fora parece ficar definitivamente a proposta de concessão de 49% da RTP, mantendo-se o Estado como accionista maioritário, mas ficando a gestão nas mãos de uma entidade privada. O cenário era uma espécie de “cavalo de batalha” de Miguel Relvas, ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que tem a tutela da comunicação social, mas contou sempre com a oposição de Paulo Portas.

Apesar das divergências dentro da coligação governamental, há um caminho que reúne consenso, pelo menos no imediato, entre PSD e CDS quanto à privatização acordada com a “troika”: a necessidade de uma reestruturação “dolorosa” da RTP, nas palavras de Miguel Relvas. A própria empresa liderada por Alberto da Ponte já se tinha antecipado ao aprovar, na passada sexta-feira, um novo organograma, mais pequeno e ágil.

No meio de tantas incertezas, Miguel Relvas deixou ontem uma garantia, em entrevista à RTP: o que está escrito no programa do Governo é para manter, isto é, a ideia de privatizar um canal e deixar o outro na esfera pública vai mesmo avançar. «Garanti e garanto que se mantém aquela que é a proposta que está no programa», reiterou o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares. Resta saber quando e em que moldes.

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