Portugueses são mais realistas em relação à crise do que os espanhóis
Segundo um estudo elaborado pela agência Leo Burnett Ibéria, os portugueses já se adaptaram à crise financeira, tendo alterado os seus comportamentos diários, ao passo que os espanhóis mantêm rotinas “mais agradáveis”.
Os resultados constam da primeira edição do estudo “Bom dia, Buenos días”, realizado pela consultora Leo Burnett Ibéria, que comparou os comportamentos de portugueses e espanhóis ao início do dia, o seu estado de espírito ao levantar, e como lidam com os seu dia em altura de crise.
O estudo baseia-se numa investigação quantitativa a 1600 portugueses e espanhóis, bem como num estudo etnográfico, a partir da observação das rotinas matinais de 16 participantes.
“Em linhas gerais, os portugueses já se adaptaram para enfrentar a crise, confrontando-a com um olhar objectivo e realista, tendo adoptado comportamentos pragmáticos e funcionais. Por sua vez, apesar de mostrarem uma tendência para a poupança e consumo reduzido, os espanhóis têm um comportamento mais evasivo, procurando rotinas mais hedonistas”, conclui a Leo Burnett Ibéria em comunicado. “Os portugueses levantam-se com um maior sentido de dever/propósito, enquanto os espanhóis levantam-se ‘eclipsados'”, refere a agência.
De acordo com a consultora, apesar de o “sentimento de indiferença, obrigação e tédio” ao acordar ser um traço comum entre os dois povos (a resposta foi dada por 65% dos inquiridos), as manhãs de portugueses e espanhóis são completamente diferentes. Diz o estudo que os espanhóis são “quem mais se levanta sem energia” (68% das respostas), ao passo que os portugueses são os que mais “despertam com as baterias carregadas” (39%). Da mesma forma, a maioria dos portugueses encara o despertar como um “momento que deve durar o menos [tempo] possível”, centrando o seu pensamento no dia de trabalho, enquanto os espanhóis iniciam o dia de forma mais relaxada e preparando-se já para a parte lúdica do dia.
As diferenças encontradas na forma como portugueses e espanhóis se comportam em tempo de crise pode ajudar a explicar porque é que algumas marcas não estão a “alcançar os resultados esperados de ambos os lados da fronteira”, conclui a consultora.