Portugueses gastam 33 euros mensais em entregas de refeições
O serviço de entrega de comida ao domicílio é, consensualmente, satisfatório. E a pontualidade quase suíça joga a favor da maioria das empresas.
Segundo indica a DECO, é só querer. A oferta está aí, ao alcance de um telefonema, de uns toques no ecrã do smartphone ou de uns cliques no computador. O almoço ou o jantar tocam à campainha, abre-se a porta e, sem mais, há uma mão que estende uma piza, um hambúrguer ou um combinado de sushi prontos a servir e a deglutir.
A DECO obteve respostas suficientes para considerar nove empresas de entrega de comida ao domicílio no inquérito que realizou. A Telepizza e a Uber Eats acolhem o maior número de utilizadores entre os que responderam. A primeira atinge o topo pela satisfação global do serviço nalgumas dimensões analisadas. Já a Uber Eats vence pela pontualidade nas entregas.
Entre Fevereiro e Março de 2019, a DECO enviou um questionário para uma amostra da população de Lisboa e Porto, já que a maioria dos serviços de entrega de comida ao domicílio está disponível nestas duas áreas metropolitanas. A amostra contempla apenas utilizadores que realizaram um pedido nos últimos três meses. No total, receberam 2353 respostas.
Primeiro fica a Telepizza, a uma distância confortável da Uber Eats e da Pizza Hut – a segunda e a terceira classificadas, respectivamente –, no número de experiências com serviços de entrega ao domicílio dos inquiridos de Lisboa e Porto, nos últimos três meses. A preferência vai, pois, ao encontro de uma refeição descomplicada como a piza. E as entregas em casa ultrapassam claramente as realizadas no local de trabalho.
Os inquiridos, de Lisboa e do Porto, não se queixam muito das empresas de entrega de comida ao domicílio. E as diferenças entre as nove incluídas não são muito pronunciadas.
À distância de um telefonema ou da app no telemóvel: assim entram em contacto com as empresas de comida a maioria dos inquiridos.
E com que regularidade recorrem aos serviços de entrega ao domicílio? Um pouco mais de metade dos inquiridos são utilizadores ocasionais. Acodem-se da encomenda externa de refeições entre uma e duas vezes em três meses. Porém, os regulares, sobretudo na faixa entre os 18 e os 49 anos, também ocupam uma fatia significativa (40%), requisitando refeições entre uma e três vezes por mês. Já os mais partidários destes serviços (6%) picam o ponto praticamente todas as semanas.
A hora de ponta para os pedidos concentra-se ao jantar, durante os dias de semana: 42% dos que responderam ao inquérito escolhem esta refeição. Ao fim-de-semana, há também uma incidência significativa, mas com algum decréscimo.
Mais de 30 euros por mês
Talvez não tão dispendioso como ir a um restaurante, o investimento monetário na opção de pedir comida, porém, pode ter uma certa expressão. A média obtida pelas respostas do inquérito aponta para um gasto mensal de 33 euros, já com refeição e serviço incluídos. Por pessoa, contabilizámos 7,70 euros. E, por cada encomenda realizada, calculámos a média de 18,70 euros. Os mais parcos no uso dos serviços ao domicílio, resumidos a 11,5%, não chegam a gastar 10 euros mensais. A maior fatia (46%) desembolsa entre 10 e 25 euros, e mais de um quarto dos inquiridos despende entre 26 e 50 euros. Uma minoria de 9% abre mais os cordões à bolsa, pagando entre 50 e 75 euros.
Refeições dentro do tempo
As refeições chegam a tempo e horas? Maioritariamente, sim. A rapidez da entrega e o respeito pelo horário combinado é um factor acrescido para as famílias confiarem e contarem com esta solução. As razões de queixa quanto à pontualidade das entregas são residuais: 78% das respostas apontam para atrasos inferiores a 5 minutos e 13% até 10 minutos. Porém, os clientes que relataram atrasos na entrega (a minoria, neste inquérito), por vezes, cancelam os pedidos. E não lhes foi cobrada nenhuma taxa por essa razão. Os atrasos superiores a meia hora, naturalmente, deram azo a mais cancelamentos.
Os atrasos nas entregas são diminutos e não suscitam muitas reclamações no nosso estudo.
As várias dimensões envolvidas na entrega de comida ao domicílio reúnem um consenso positivo. Já os pedidos de refeições especiais fazem descer um pouco a média.