Portugueses dispostos a comprar marcas diferentes se forem mais baratas
Perante a situação económica actual, os consumidores comparam preços, procuram promoções e estão mais predispostos a experimentar marcas novas ou diferentes das habituais. Esta é uma das conclusões que resulta da análise aos dados de Consumer Insights do estudo “Meaningful Media”, um inquérito realizado pelo quarto ano consecutivo pela Havas Media Network.
De acordo com os dados do estudo, mesmo perante a subida das taxas de juro e os valores de inflação, 56% dos portugueses refere que a sua situação financeira se manteve nos últimos seis meses ou melhorou. Apenas 44% admite que, nos últimos 6 meses, a situação financeira do seu agregado familiar piorou ou piorou muito.
Este factor reflecte-se na agudização de alguns padrões de comportamentos aquando do momento de compra: 84% dos inquiridos cuja situação económica piorou admite, hoje em dia, optar mais por marcas próprias devido ao preço mais reduzido, 83% refere comprar sempre produtos que estejam em promoção e 80% refere estar disposto a adquirir uma marca que habitualmente não compra, se o preço for mais baixo.
Porém, no que toca à compra online em busca por melhores preços e promoções, são os consumidores cuja situação económica se manteve ou melhorou a demonstrar uma maior concordância (49% vs. 42% dos consumidores numa situação mais instável). São também estes consumidores que admitem não prescindir de comprar as suas marcas favoritas em determinadas categorias de produtos.
No que se refere à intenção de gastar mais dinheiro, comparando os valores de 2022 aos de 2023, a percentagem de intenção de compra regrediu em todas as categorias, à excepção do sector de automóveis. Para além das categorias consideradas essenciais (alimentação, cuidados de saúde e combustível), as categorias menos penalizadas pela inflação foram a área do fitness/desporto, roupa/sapatos e férias/viagens.
A diferença entre grupos de consumidores torna-se mais evidente quando se olha para os padrões de despesa por categorias de produtos. Nas categorias de férias, entretenimento, refeições fora de casa ou entregues em casa, roupa e tecnologia as diferenças agudizam-se muito, com discrepâncias superiores a 40 pontos percentuais. entre os consumidores mais vulneráveis ao contexto económico e os restantes.
Por fim, analisando o impacto das duas realidades financeiras na percepção dos media, tanto a nível de credibilidade como indispensabilidade, ambos os grupos distribuem o top 5 de meios de forma idêntica. No que respeita à indispensabilidade, os motores de busca lideram o ranking, seguidos dos canais de TV abertos e da rádio, terminando com as redes sociais em quarto lugar e os jornais a fechar o top. Os consumidores cuja situação económica piorou atribuem mais peso aos motores de busca e rádio.