Portugueses consideram a televisão e os motores de busca indispensáveis
Os canais de televisão abertos e os motores de buscar continuam a ser os meios mais indispensáveis para os consumidores portugueses, embora o entretenimento surja como uma alavanca de indispensabilidade. Esta é uma das conclusões do estudo “Meaningful Media”, desenvolvido pelo Havas Media Group, uma das agências de meios líderes em Portugal.
Estes resultados indiciam que surgiu um hábito de viver com elevados níveis de incerteza e em permanente estado de alerta, pelo que os meios que melhor cumprem a função de entretenimento saem beneficiados em 2022. Daí que se observe um crescimento do consumo dos serviços de streaming de vídeo (com uma subida de quatro pontos percentuais para 33%) e de áudio (com uma subida de dois pontos percentuais para 30%), comparativamente ao estudo anterior, de 2021. Tendência corroborada pela intenção de manter o nível de gasto nesta área, com um valor superado apenas pela despesa associada a Bens Alimentares e Cuidados de Saúde.
Com o entretenimento a assumir maior peso enquanto motivação para o consumo de meios entre os portugueses, os serviços de streaming de vídeo subiram para 3.ª posição do ranking dos meios mais utilizados para este fim, ultrapassando o YouTube. Ainda assim, esta categoria continua a ser liderada pelas redes sociais (48% dos inquiridos) e canais de TV abertos (48%).
Esta é parte da explicação do sucesso dos canais generalistas que continuam a ter um papel proeminente no dia-a-dia dos portugueses, conjugando credibilidade com entretenimento, o que os torna indispensáveis e uma fonte de actualização. No entanto, e curiosamente, os motores de busca são os que mais descem na percepção de credibilidade (cinco pontos percentuais para 36%), pódio que continua a ser dominado pelos meios mais tradicionais (canais de TV abertos e jornais, com 72% e 63%, respectivamente), mas é de destacar a considerável subida de 10 pontos percentuais da rádio, com 48% das respostas dos inquiridos.
O potencial dos motores de busca e redes sociais mantém-se em níveis elevados e não é esperado que regrida. Porém, o estudo do Havas Media Group constata também que estes canais são encarados como menos credíveis e geram elevados níveis de incómodo: o sentimento de saturação (repetição) e de intrusão (“não os consigo evitar”) são dois dos principais motivos para esta percepção generalizada.