Portugueses compram em segunda mão para poupar. Ambiente é prioridade para 38%
Grande parte dos portugueses (63%) que compra produtos em segunda mão fá-lo para poupar. A conclusão é do Barómetro Europeu do Consumo 2022 do Observador Cetelem que encontra no contexto de incerteza económica a principal razão para este comportamento.
A motivação financeira é predominante em relação ao desejo de se ser amigo do ambiente (38%) ou de consumir mais ou de forma mais diversificada (28%). A expectativa de poupança é ligeiramente menos comum entre os europeus (52%), sendo maior em Portugal (63%), Eslováquia (60%) e Suécia (59%) e um pouco menos em Itália (47%), Áustria e Reino Unido (ambos com 48%).
No caso dos portugueses, 69% dos consumidores opta por pôr de parte o dinheiro economizado com as compras em segunda mão – percentagem que fica acima da média europeia de 52%. Posteriormente, esse dinheiro é utilizado para comprar outros produtos, sendo os inquiridos com menos de 50 anos os mais dispostos a fazê-lo.
Relativamente à economia circular em particular, 6 em cada 10 portugueses dizem que a economia circular permite comprar a mesma quantidade de bens, mas reduzir o desperdício, vendendo, doando ou mantendo os seus bens por mais tempo em vez de os deitar fora.
No entanto, por trás deste consumo fundamentado e razoável, o principal objectivo dos consumidores ao envolverem-se com a compra e venda de bens em segunda mão aparenta ser vender os produtos para ganhar mais dinheiro. Os portugueses e os suecos são os mais propensos a ter esta visão, com quase 8 em cada 10 europeus a encontrarem nesta possibilidade a motivação.