Portugueses estão mais focados na Saúde (e na reforma)
Os seguros de saúde (e as suas variantes) são uma opção cada vez mais tida em conta pelos portugueses. Mas também se mostram mais predispostos para produtos de poupança, nomeadamente PPR, cuja penetração em Portugal é a mais alta desde 2005.
Segundo o estudo “A Saúde dos Portugueses”, realizado pela Médis com coordenação da Return On Ideas, 66% dos portugueses têm acesso a subsistemas, seguros ou planos de saúde.
Em concreto, 49% dos inquiridos possuem um seguro/plano de saúde, 40% subscrevem pelo menos um seguro e 35% têm acesso a um subsistema de saúde. Desta forma, 33% dos inquiridos não tem acesso a nenhuma das opções, ficando a gestão da sua saúde mais dependente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou dos seus recursos financeiros.
Os inquiridos que mais beneficiam de um seguro de saúde têm idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, apresentando rendimentos adequados ou acima das necessidades do agregado familiar.
Quando questionados se no acompanhamento da doença recorrem ao público ou ao privado, 64% dos inquiridos admitem recorrer essencialmente ao SNS e 31% ao privado. Os principais motivos que levam à opção pelo público são as “questões financeiras” (58%), “concentração da informação clínica” (32%) e “maior confiança nos profissionais de saúde” (26%).
Já os que optam pelo privado fazem-no pela facilidade no acesso a consultas/tratamentos (66%). O facto de o “serviço público não dar respostas atempadas” (47%) e a convicção de que “o privado é mais indicado para os meus problemas de saúde” (16%) são outros motivos assinalados pelos inquiridos.
Numa escala de valorização de 1 a 10 – em que 1 é a pior avaliação e 10 é a melhor – o acesso aos serviços de saúde sai pior pontuado do que a qualidade (6.8 de média vs. 7 de média), com 26% dos inquiridos a referirem que os acessos, em tempo útil, aos serviços de que necessitam são difíceis.
53% dos que tendem a privilegiar o privado em contexto de rotina consideram o acesso bom ou muito bom, em comparação com os 37% dos indivíduos que que privilegiam o público.
57,5% dos inquiridos considera ter bastantes ou muitas opções de escolha em serviços e recursos de saúde. Esta percentagem aumenta entre quem tem acesso a um subsistema (72%), a um seguro ou plano (59%), ou mesmo a ambos (73%), e diminui junto dos que estão apenas dependentes do SNS (40%). Por último, o peso dos inquiridos que consideram ter poucas opções é bastante maior entre quem habitualmente recorre ao público (31%) face a quem recorre ao privado (15%).
PPR no nível mais elevado desde 2005
No último ano, 1,393 milhões de portugueses contabilizavam um Plano Poupança Reforma (PPR), um número que representa 15,5% do total de residentes com 15 ou mais anos em Portugal Continental, o valor mais elevado desde 2005.
Segundo o Basef Seguros da Marktest, este tipo de produto financeiro reúne maior preponderância junto do universos masculino (17.7% face aos 13.5% das mulheres). Olhando para os consumidores que subscrevem este produto, têm entre 45 e os 64 anos, perfilando-se com indivíduos das classes sociais alta e média alta.
Pelo contrário, as taxas de posse de PPR mais baixas são registadas junto dos mais jovens, residentes no Grande Porto ou no Sul e indivíduos das classes média baixa e baixa.