Portugal pode ganhar 450 milhões anuais com o digital

O progresso digital poderá significar mais cerca de 450 milhões de euros anuais em Portugal, o que se traduziria em quase 2,3 mil milhões de euros até 2020. Porém, apesar de as empresas portuguesas estarem sensibilizadas para o tema da transformação digital, ainda não têm em marcha as actualizações necessárias. A conclusão é do estudo “A Economia Digital em Portugal – O Estado da Nação 2016”, realizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) com recurso à análise de 20 empresas de TIC e Media e com colaboração de 68 autores.

O mesmo estudo revela ainda que, por outro lado, Portugal tem conseguido acompanhar a tendência de um mundo mais ligado, “encontrando-se na linha da frente das comunicações europeias”. Nomeadamente, no campo da administração pública, já são muitos os organismos que disponibilizam serviços com recurso a meios digitais.

No sector das telecomunicações, regista-se um cenário paradoxal: Portugal é um dos países da Europa com maiores taxas de penetração de serviços móveis, apresentando ainda uma forte adesão dos consumidores a ofertas convergentes, mas a receita tem diminuído. Do lado do cliente, a experiência tem melhorado a passos largos devido precisamente à transformação digital que, neste sector, parece estar a bom ritmo.

Quanto ao turismo, o mesmo estudo delineia um plano para o futuro do sector: as empresas terão de promover “ofertas turísticas integradas, diferenciadas e personalizadas, capitalizando os dados sobre o comportamento do turista disponíveis via digital, e envolvendo a comunidade”.

“A Economia Digital em Portugal – O Estado da Nação 2016” reflecte ainda sobre as cidades e territórios digitais. Capitais como Londres e Paris vão dar lugar a novos centros como Pequim, Xangai e Osaka. Deste modo, é fundamental que as cidades europeias, incluindo as portuguesas, desenvolvam estratégias disruptivas “de crescimento inteligente, centradas no cidadão, capazes de atrair talento, criatividade e inovação”.

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