Portucel assina parceria com o Banco Mundial em Moçambique

portucel_redimensionadaA Portucel anunciou que irá assinar amanhã um contrato de consultoria com a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla inglesa), o organismo do Banco Mundial que lida com o sector privado, tendo em vista o desenvolvimento do projecto de produção florestal, de pasta de celulose e de energia em Moçambique.

“Este contrato tem como objectivo reforçar a sustentabilidade das operações florestais da Portucel em Moçambique, nomeadamente através de estudos de impacto ambiental e social e de planeamento e desenvolvimento de projectos nas comunidades locais, bem como na implementação de investimentos na comunidade e no fomento do tecido empresarial”, refere o grupo em comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O grupo português anuncia ainda que, no âmbito do contrato agora firmado, o IFC “está a ponderar a aquisição de uma participação nas operações da Portucel em Moçambique, de forma a potenciar o desenvolvimento deste projecto”.

O projecto da Portucel em Moçambique está avaliado em 2,3 mil milhões de dólares (cerca de 1,68 mil milhões de euros) e prevê a criação de cerca de 7500 postos de trabalho, nomeadamente nas províncias de Manica e da Zambézia. A primeira fase do projecto consiste em novas plantações de eucalipto numa área de até 60 mil ha.

Lucro cai 6,5% até Setembro

No mesmo comunicado, a Portucel anuncia que encaixou um resultado líquido de 149,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa um decréscimo de 6,5% em relação aos 160,2 milhões de euros arrecadados no período homólogo do ano passado.

Ainda assim, as vendas totais subiram 2,5%, em termos homólogos, para 1,14 mil milhões de euros. “Este bom desempenho deve-se essencialmente à evolução favorável do negócio de pasta, assim como ao incremento do negócio de energia, possibilitado (…) pela consolidação integral no início de 2013 da Soporgen, empresa de cogeração de gás natural no complexo industrial da Figueira da Foz, após a aquisição total do seu capital social no início do ano”, explica o grupo.

Entre Janeiro e Setembro, o volume de vendas de pasta branqueada de eucalipto cresceu 26%, como resultado “do excelente desempenho produtivo e da redução de stocks”, enquanto o preço médio subiu 4%. Na área de negócio de energia, a produção bruta subiu mais de 23%, para 1.750 GWh.

Já o volume de vendas de papel caiu 1%, em termos homólogos, acompanhado por uma quebra de 3% do preço médio. “A redução no preço médio resultou essencialmente de três factores: a deterioração do preço de referência no mercado europeu e norte americano (o índice do mercado europeu recuou 1,4% face a período homólogo e o dos Estados Unidos 4%), a variação cambial e o peso acrescido dos mercados de fora da Europa no mix de vendas do grupo”, explica a Portucel.

Nos primeiros nove meses do ano, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) caiu 8%, em termos homólogos, para 260,1 milhões de euros, enquanto a margem EBITDA/Vendas deslizou 2,6 pontos percentuais, para 22,9%. O grupo explica os resultados com o aumento dos custos, que fica a dever-se maioritariamente à consolidação integral da Soporgen.

As exportações do grupo atingiram os 902 milhões de euros, para um total de 110 países.

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