Podem faltar brinquedos no Natal. Marcas alertam para crise no sector
A crise no transporte de mercadorias e a dificuldade em encontrar trabalhadores estarão na origem de uma potencial escassez de brinquedos no próximo Natal. Dois dos principais fabricantes nos Estados Unidos da América avançam à CNN que poderão faltar nas prateleiras alguns dos brinquedos mais populares entre os consumidores.
O problema estará nas cadeias de fornecimento, que leva não só a uma diminuição da oferta como também a uma escalada nos preços. Como resultado, muitas crianças poderão não receber os presentes que idealizam, seja pela dificuldade em encontrá-los, seja pelo esforço financeiro que implicará para os pais. O conselho passa, por isso, por adiantar as compras de Natal.
Citado pela mesma publicação, o CEO da MGA Entertainment – que detém as marcas Bratz e L.O.L, por exemplo – garante que haverá uma falha significativa este ano: «A procura vai estar lá. O que não vai estar lá é o produto para responder à procura.»
Isaac Larian confessa estar muito frustrado com empresas de transporte de mercadorias, como a Maersk. O CEO acusa-a mesmo de tirar partido do problema global de escassez de contentores para aumentar os seus preços significativamente. Um contentor que custava 3.200 dólares no ano passado pode chegar, agora, aos 22 mil dólares.
Além disso, também há outros gastos associados à produção de brinquedos que estão a aumentar, incluindo a contratação de funcionários para as fábricas. «Vimos um aumento de 23% nos custos de produção na China, sem logística. Isso vai traduzir-se em preços mais elevados no retalho», garante.
Jay Foreman, CEO da Basic Fun, também dá conta do mesmo tipo de problema. À frente da empresa que detém e distribui os brinquedos Fisher Price nos EUA, o responsável diz que alguns dos seus produtos estão presos em contentores que, por vezes, ninguém sabe onde estão.
Em declarações reportadas pela CNN, afirma que será complicado encontrar todos os brinquedos no próximo Natal. «Vamos ver falhas constantes de produtos-chave que os consumidores procuram», lamenta.
A Hasbro e a Mattel, por seu turno, dizem ter assegurado brinquedos suficientes para a época festiva. Em declarações a analistas no final de Julho, executivos das duas empresas indicaram, porém, que será necessário aumentar os preços para compensar os custos de transporte.