Planos milionários da Disney enfrentam um problema: os preços que os consumidores já não querem pagar

A Disney revelou recentemente um ambicioso plano de investimento de 55 mil milhões de euros para os próximos dez anos, direccionado aos seus parques temáticos e cruzeiros. O anúncio foi feito diante de uma plateia de 12.mil fãs, num evento que destacou novas experiências imersivas inspiradas em filmes como Encanto e Black Panther, bem como a criação de uma área dedicada aos vilões mais icónicos da Disney.

No entanto, esta visão grandiosa surge num momento de desafios financeiros para a empresa, com muitos visitantes a sentirem o impacto dos aumentos de preços, agravados pela crise global de inflação. Embora a empresa continue a atrair milhões de visitantes, o seu relatório de lucros mais recente mostrou uma queda na frequência dos parques norte-americanos, particularmente entre Abril e Julho deste ano.

Josh D’Amaro, presidente da Walt Disney Parks and Resorts, reconheceu as preocupações dos consumidores, mas assegurou que a empresa está a trabalhar para manter os parques acessíveis a todos. «Vamos continuar a oferecer flexibilidade e várias opções de preços, para que o maior número possível de fãs possa desfrutar destas experiências», afirmou D’Amaro, em entrevista à CNN.

Nos últimos anos, os preços dos bilhetes para os parques da Disney têm aumentado significativamente. Um bilhete de um dia para a Disneyland, na Califórnia, durante a temporada mais barata custa actualmente 104 dólares (94 euros), enquanto na Disney World, na Florida, o preço mínimo é de 116 dólares (105 euros). Estes valores contrastam fortemente com os preços das décadas passadas, quando a entrada e algumas atracções custavam menos de 3 dólares (2,70 euros).

Para lidar com a queda na procura, a Disney está a planear introduzir novos desfiles e espectáculos, assim como descontos, para atrair visitantes durante o período de construção das novas atracções. Especialistas acreditam que, com a abertura do novo parque Epic Universe da Universal, em 2025, a Disney poderá enfrentar ainda mais competição pela atenção dos turistas em Orlando.

A percepção dos fãs também tem sido um desafio para a Disney. Muitos sentem que a empresa se tem concentrado demasiado em aumentar as receitas, em vez de valorizar os seus clientes mais fiéis. No entanto, após o evento D23, que revelou as futuras novidades, o entusiasmo parece ter renascido. «É caro, sim, mas não há outro lugar no mundo como a Disney», afirmou Don Munsil, especialista em viagens e fundador da MouseSavers, uma plataforma que reúne informação sobre descontos dos parques de diversão da Disney.

Artigos relacionados