Paulo Campos Costa: «As pessoas sabem que podem continuar a contar com a EDP»

O que ficará depois deste “buraco negro” do novo coronavírus? Que marcas iremos ter? E como é que passarão a estar e a comunicar? Não sendo possível qualquer previsão clara e certa, fomos, contudo, tentar perceber de que forma é que algumas das maiores empresas e marcas em Portugal estão a reagir e como esperam sair do momento mais crítico de todos os tempos, a nível mundial. Vamos todos dar a volta?

Paulo Campos Costa, director coordenador global de Marca, Marketing e Comunicação da EDP

1 – O que está a ser feito, neste momento, para que a sua marca não perca relevância?

Pela natureza do nosso negócio, a EDP tem pessoas a assegurar as funções essenciais para salvaguardar o abastecimento de energia essencial para os negócios e para todas as famílias. A nossa maior preocupação é, mais do que reagir à crise gerada pela Covid-19, antecipar situações através de medidas para reduzir riscos, preservar vidas e a continuidade operacional.

Tendo em conta os constrangimentos criados pela propagação do vírus, a EDP, através da EDP Comercial, por exemplo, comunicou a todos os seus clientes a possibilidade de flexibilizar o prazo e o modo de pagamento das facturas, sempre que seja manifestada essa necessidade, e decidiu suspender todos os cortes de energia agendados enquanto nos encontrarmos nesta situação de emergência.

Neste momento tão decisivo para a vida de todos, a EDP continua a cultivar, acima de tudo, uma comunicação aberta e transparente a colaboradores, accionistas, prestadores de serviços e entidades externas, comunicação social e aos nossos clientes.

As pessoas sabem que podem continuar a contar connosco.

2 – E depois deste “buraco negro”, a sua marca será a mesma?

De repente o mundo, tal como o conhecíamos, acabou. O impacto que este acontecimento global está a ter irá influenciar significativamente as vidas e bem-estar das pessoas em todo o mundo.

Em poucos dias, passámos a viver mais no Instagram do que nas ruas. As empresas cancelam todos os eventos e transformam-nos em acontecimentos online. Há indústrias inteiras afectadas com este surto súbito. O isolamento social forçado obrigou a fechar repentinamente shoppings, cinemas, ginásios e restaurantes. Com isso, as nossas rotinas acabaram. É tempo para criar outras.

Por mais que tivéssemos consciência de que o futuro era digital, este foi um daqueles golpes súbitos que apanhou um planeta inteiro na curva. Estamos a viver o tempo mais transformador das nossas vidas e não há tempo para grandes contemplações. E para a maioria das marcas, é o “do or die”, o “flight or fight”. Se alguém disser que a sua marca se irá manter a mesma é porque ainda está em negação ou atirou a toalha ao chão.

A marca EDP sempre foi dinâmica. Sempre tivemos como objectivo fazer mais, melhor e diferente. A mudança nunca nos assustou. Contudo, não vivemos numa bolha e é claro que iremos sofrer com as ondas de choque. Todos nós gostaríamos de ter a receita mágica para navegar nestas águas desconhecidas. Mas não existe uma estratégia infalível que funcione em cenários que podem mudar de dia para dia. O que garantimos é que estaremos à altura das nossas responsabilidades. Vamos ajudar a construir este novo mundo e continuar a ser parte essencial na vida das pessoas.

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