Paula Canada: «O desafio é conseguir manter o valor da marca TAP à luz desta nova realidade»

O que ficará depois deste “buraco negro” do novo coronavírus? Que marcas iremos ter? E como é que passarão a estar e a comunicar? Não sendo possível qualquer previsão clara e certa, fomos, contudo, tentar perceber de que forma é que algumas das maiores empresas e marcas em Portugal estão a reagir e como esperam sair do momento mais crítico de todos os tempos, a nível mundial. Vamos todos dar a volta?

Paula Canada, directora de Marketing da TAP

O que está a ser feito, neste momento, para que a sua marca não perca relevância?

A evolução do surto de coronavírus reveste-se, em primeiro lugar, de uma dimensão humana que tem afectado centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. Por isso a nossa primeira prioridade é tomar todas as medidas para garantir a saúde dos nossos colaboradores e clientes, que são os nossos maiores activos e nas quais temos actuado consistentemente, desde a primeira hora, aplicando medidas de protecção, quer ao nível da garantia dos seus direitos e benefícios, quer na garantia do compromisso aos nossos clientes quando nos escolheram para as suas viagens, dando-nos assim um voto da sua confiança. Naturalmente todos os clientes estão a ser contactados e oferecidas as soluções possíveis neste momento. Muito importante também é o trabalho de repatriamento que estamos a fazer, honrando a nossa ligação a Portugal e aos portugueses.

A nível dos colaboradores menos operacionais tomámos medidas imediatas de poder assegurar as funções por teletrabalho, por forma a garantir o distanciamento social recomendado. Preparámos, simultaneamente, em colaboração com a UCS (Unidade de Cuidados de Saúde da TAP), canais de informação e planos de segurança de saúde e adequação de comportamentos para todos os colaboradores. Reforçámos as equipas operacionais e de relacionamento com o cliente, bem como dos contact center e redes sociais para que, dentro do possível e de forma mais célere, possamos resolver ou minimizar os incómodos dos nossos clientes, causados por este factor externo que nos afecta a todos pessoal e profissionalmente de forma tão dramática.

Com a mesma celeridade, segurança e prontidão com que temos cuidado dos nossos colaboradores e clientes, estamos também a trabalhar noutras medidas para actuar de imediato com vista a proteger a sustentabilidade do nosso negócio e da nossa empresa. Nomeadamente, na adequação da nossa oferta à procura bem como do produto a oferecer aos passageiros.

Pretendemos ter uma atitude reactiva, de antecipação, para minimizar o impacto negativo que a marca TAP possa vir a sofrer.

E depois deste “buraco negro”, a sua marca será a mesma?

Como em todos os momentos difíceis maiores ou menores, temos que saber aproveitar e repensar modelos e retirar aprendizagens, que nos tornem menos vulneráveis e mais fortes.

Os clientes estão informados de que o sector da aviação é um dos mais penalizados, mas acreditamos que saberemos reerguer-nos, trabalhando com o empenho, afinco e com o excelente profissionalismo que os nossos colaboradores já nos habituaram, para que a marca TAP mantenha a consistência e os elevados níveis de notoriedade que têm sido amplamente reconhecidos.

Depois deste “buraco negro”, o Mundo será diferente, nós seremos diferentes e a marca TAP possivelmente também. O desafio que se nos coloca é conseguir manter o valor da marca à luz desta nova realidade. Mas estamos confiantes, já enfrentámos muitos desafios e ultrapassámo-los.

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