Patrocinadores abandonam Armstrong após escândalo desportivo
Depois de a Nike ter anunciado ontem o fim da sua ligação a Lance Armstrong, outros patrocinadores romperam o vínculo com o antigo ciclista norte-americano, como a cadeia de lojas de artigos electrónicos RadioShack, a cervejeira Anheuser-Busch, e as fabricantes das bicicletas Trek e dos capacetes Giro. Os contratos foram cancelados uma semana depois de a Agência Antidopagem Norte-Americana (USADA) ter acusado o ex-ciclista de doping durante a conquista dos seus sete títulos na Volta a França.
A Nike, que mantinha uma ligação a Lance Armstrong desde 1996, foi o primeiro patrocinador a anunciar publicamente o término do contrato com o ex-ciclista. “Devido às provas aparentemente inequívocas de que Lance Armstrong esteve envolvido em casos de doping, enganando a Nike por mais de uma década, é com grande tristeza que anunciamos ter colocado fim a este contrato. A Nike não tolera o uso de drogas ilegais que melhorem o desempenho desportivo”, afirmou ontem a marca em nota de imprensa.
No mesmo dia, Lance Armstrong, 41 anos, anunciou a sua retirada da presidência da Fundação Livestrong, criada para apoiar pessoas com cancro. O ex-ciclista justificou a sua decisão com a necessidade de «poupar a Fundação a quaisquer efeitos negativos, como resultado da controvérsia em torno da minha carreira no ciclismo». Porém, a Nike ressalvou que pretende continuar a apoiar as iniciativas da fundação e a licenciar as roupas, calçado e artigos de merchandising da marca Livestrong, que estão à venda em algumas lojas e no website da empresa.
Já a Trek, a marca das bicicletas que Armstrong utilizou nas suas sete vtórias consecutivas, entre 1999 e 2005, na Volta a França, mostrou-se “desapontanda” com as revelações do relatório da USADA. A Trek anunciou, no entanto, que o ex-ciclista irá preservar a parcela que detém no capital da empresa.
A RadioShack, que patrocinava Armstrong desde Julho de 2009, decidiu igualmente romper o contrato, enquanto a cervejeira Anheuser-Busch anunciou que não irá renovar o contrato com o ex-ciclista, que termina no final deste ano.
Na semana passada, a USADA entregou à União Ciclista internacional (UCI) e à Agência Mundial Antidopagem (WADA) um extenso documento com mais de mil páginas que, segundo a entidade, prova “sem margem para dúvidas” que o antigo ciclista norte-americano e a equipa US Postal “montaram o mais sofisticado, profissional e bem-sucedido programa de doping da história do desporto”. Após as acusações, a USADA decidiu anular os sete títulos conquistados por Armstrong na Volta a França (decisão que está ainda dependente da validação da UCI), bem como a irradiação do ex-ciclista.