Património cultural de Portugal tem potencial para o dobro dos visitantes

A primeira edição do estudo “Património Cultural em Portugal: avaliação do valor económico e social” mostra que há muito para explorar, nomeadamente em termos económicos. Destaque para o potencial do dobro de visitantes para o universo do património classificado (56 milhões) e para o triplo das receitas de bilhética (224 milhões de receita).

Estima-se ainda a possibilidade de geração de um emprego a tempo inteiro por cada 25 mil habitantes/ano por ponto patrimonial.

Realizado pela Spira em parceria com o Observatório do Património e a Nova SBE, com o apoio da Fundação Millennium bcp, o estudo apresenta-se como um instrumento pioneiro e estratégico para municípios, organizações, empresas e Estado. Pode mesmo ser uma ferramenta crucial nas candidaturas a fundos de resiliência ou outros financiamentos.

Permite, pela primeira vez, quantificar o potencial económico e social do património cultural e do seu possível contributo para o desenvolvimento sustentado do País, apresentando este recurso endógeno como um bem colectivo em pé de igualdade com o património natural, por exemplo.

Segundo o estudo, verifica-se a necessidade de novas políticas públicas estratégicas e entre ministérios (Estratégia Nacional para o Património Cultural, Plano Nacional de Turismo Cultural e Paisagístico, Programa de Educação Patrimonial) “que permitam desenhar e pôr em prática medidas de transformação do património cultural de recurso passivo em activo estratégico de desenvolvimento sustentado do País”.

É também sugerida uma nova política de “gestão de proximidade”, o escoamento do tráfego turístico de Lisboa e Porto, zona fronteiriça ou Algarve na época alta para o interior, a certificação de Produtos de Turismo Cultural pelas ERT e DRC e a aposta na formação especializada em gestão patrimonial para os técnicos já no activo ou formados, entre outros.

Artigos relacionados