PAR e Fnac lançam packs Anti-Experiência para ajudar refugiados

E se pudesse trocar os habituais packs de experiências de aventura, beleza ou gastronomia por uma ajuda aos refugiados de Cabo Delgado, em Moçambique? A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e a Fnac juntaram-se para contribuir para essa causa.

Assim, a PAR lançou os chamados packs “Anti-Experiência”, que, como o nome indica, são experiências que ninguém quer viver, como a Fome, a Sede, o Medo ou o Exílio, uma oportunidade para os portugueses poderem ajudar as vítimas dos ataques terroristas naquela região do país. Este conceito é da autoria da Adagietto, tendo a agência desenvolvido os produtos, packs, filmes e o site do projecto..

Ao comprar um pack Anti-Experiência, já disponíveis em 12 lojas físicas e online da FNAC e também no site oficial do projecto, o comprador irá encontrar, no interior, histórias reais de pessoas que estão em Cabo Delgado.

Em parceria com o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), a UNICEF e a Caritas, a PAR pretende sensibilizar a sociedade para o apoio de que precisam as pessoas que vivem em Cabo Delgado, lançando uma iniciativa de angariação de fundos, cujos resultados servirão para garantir ajuda humanitária àqueles que fogem do perigo a que as suas vidas são expostas diariamente.

Desde 2019 que ocorrem ataques na região, os últimos foram concentrados em Palma, ao norte de Pemba. A cidade foi tomada por rebeldes que se apresentavam como Al-Shabaab, sobre os quais os militares moçambicanos pouco conseguiram fazer. Desde então que milhares de pessoas foram obrigadas a fugir a pé das suas casas para cidades vizinhas.

Existem agora mais de 800 mil deslocados internos em Pemba e arredores, mas também mais a sul, na província de Nampula.

Pagar por uma experiência que não se quer viver? Chama-se ajudar

O preço de cada Anti-Experiência varia consoante a ajuda que cada um quiser dar – de 20 a 50 euros -, sendo que o valor será revertido, na totalidade, para a causa de Cabo Delgado.

André Costa Jorge, coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados, lembra que «estamos a falar de milhares de pessoas que perderam tudo o que tinham e que agora se vêem forçadas a começar a sua vida do zero. Não podemos ficar indiferentes ao seu desespero, são precisos gestos concretos de solidariedade que dêem esperança a quem passa por tanto sofrimento».

«Os packs pretendem, por um lado, sensibilizar para a vulnerabilidade do percurso migratório de quem foge da guerra, mas também dar aos portugueses a oportunidade de contribuírem para o futuro de muitas crianças e famílias deslocadas. Desta forma, as pessoas poderão facilmente fazer a diferença e, mesmo que longe, estar na Linha da Frente da emergência humanitária em Moçambique», reforçou o responsável em comunicado.

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