Pandemia alavanca pagamentos contactless: já representam 22% do total

Os conselhos no sentido de evitar ao máximo o contacto com outras pessoas e objectos parecem estar a surtir efeito junto dos portugueses, pelo menos no que aos pagamentos diz respeito: o peso total dos pagamentos contactless passou de 13,3% na semana anterior ao confinamento obrigatório para 22,26% da facturação total na semana passada. Os dados são apontados pela Reduniq e dizem respeito a pagamentos feitos em lojas físicas com sistema desta empresa.

De acordo com a rede de cartões, esta é uma das principais tendências na evolução das transacções durante a pandemia em Portugal. Os pagamentos via contactless ultrapassaram em 64% o volume registado na semana de 15 a 21 de Março (período em que se estabeleceu o Estado de Emergência).

Tiago Oom, director da Reduniq, acredita que «o aumento histórico do volume de transacções efectuadas através da tecnologia contactless vem comprovar a crescente generalização da utilização deste método de pagamento pela população portuguesa, que agora reconhece as suas vantagens ao nível da rapidez, facilidade e segurança no processo de pagamento. Será certamente uma das tendências pós-Covid-19».

O responsável sublinha ainda a importância da reabertura de cerca de 10 mil negócios a partir de 4 de Maio. A facturação das lojas físicas aumentou 8,41% entre a semana de 26 de Abril – 2 de Maio e a semana seguinte. Já entre 10 e 16 de Maio, notou-se uma estagnação.

Considerando o total dos pagamentos, a Reduniq destaca ainda o crescimento de 270% da facturação no sector da moda, na primeira semana de Maio, com as retrosarias a apresentarem um salto de 305%. Os estabelecimentos de perfumaria, por seu turno, também cresceram 525%.

Já o retalho alimentar chegou ao início de Maio com um valor de facturação abaixo do ponto de partida, ou seja, menos 50% do que o valor registado no arranque do mês de Março. Tiago Oom explica a tendência de quebra com a menor necessidade por parte dos portugueses no sentido de comprar produtos, «uma vez que já se haviam abastecido de forma estrutural no fim de Março e durante o mês de Abril».

Os novos comportamentos de poupança por parte de quem já sente o impacto da crise nos seus rendimentos também contribuírão para esta descida.

A Reduniq sublinha também o aumento do ticket médio, que subiu de 28,86 euros para 39,61euros entre a última semana de Abril e a primeira semana de Maio.

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