Padaria Portuguesa à venda: Insatisfação dos consumidores cresce em fase conturbada da marca
A Padaria Portuguesa, uma das marcas mais reconhecidas no setor de pastelarias e cafetarias em Portugal, enfrenta um período conturbado. Fundada em 2010, a empresa opera atualmente com 78 lojas concentradas nas regiões de Lisboa e Porto, além de duas fábricas de produção própria. Contudo, a companhia foi colocada à venda pelos acionistas, num processo que está a ser assessorado pelo Haitong Bank.
Enquanto procura atrair fundos de capital de risco e private equity, a Padaria Portuguesa encerra 2024 com uma faturação prevista de 44 milhões de euros. No entanto, aos olhos dos consumidores, aquilo que oferece a marca é menos positivo com a insatisfação a marcar passo.
De acordo com dados do Portal da Queixa, a insatisfação com a marca disparou este ano, com um aumento de 20% nas reclamações face a 2023. A Padaria Portuguesa ocupa agora o segundo lugar no ranking de maior volume de reclamações na categoria de Pastelarias e Cafetarias, com 17,1% das queixas registadas.
Os principais motivos de descontentamento apontados pelos consumidores incluem problemas de atendimento (47,2%) em que são destacadas críticas à simpatia, eficiência e profissionalismo dos funcionários, preços elevados (22,2%), qualidade do produto (16,7%) seja pelo sabor, frescura ou apresentação dos alimentos, higiene e pragas (5,6%) como a presença de ratos ou baratas nas lojas, redução de opções no menu (5,6%) ou a falta de WC (2,8%).
Apesar do volume elevado de queixas, a Padaria Portuguesa tem demonstrado preocupação em responder às reclamações, mantendo um Índice de Satisfação (IS) de 71,7 pontos em 100, segundo o Portal da Queixa. Ainda assim, regista-se uma ligeira queda no índice desde junho de 2024, quando alcançou o seu melhor resultado do ano.
A venda d’A Padaria Portuguesa marca um ponto de viragem para a empresa. Sob a liderança de Nuno Carvalho (CEO) e José Diogo Quintela, a marca tornou-se uma referência no setor, mas os recentes desafios com a reputação e a insatisfação dos consumidores podem pesar na decisão de potenciais investidores.