Os alimentos desenvolvidos em laboratório vieram para ficar?

Numa altura em que a palavra sustentabilidade impera entre marcas e empresas, alcançando as várias camadas da sociedade, inovações como a carne produzida em laboratório parecem ter vindo para ficar a ajudar o planeta. A Visual Capitalist enumera algumas razões que justificam a permanência desta alternativa à alimentação e pergunta: “Já imaginou um mundo onde os humanos podem prosperar sem recorrer a animais como fonte de alimento?”.

A primeira razão apontada é o facto de o planeta precisar “desesperadamente” de um novo sistema de alimentação que sustente uma população em contínuo crescimento. Actualmente, a balança está desequilibrada: 957 milhões de pessoas estão subnutridas e 1,9 mil milhões têm peso a mais. A comida produzida em laboratório pode contribuir para acertar a escala, uma vez que a carne desenvolvida através deste método leva entre duas e três semanas a estar pronta e resulta em muito menos desperdício. Em comparação, a carne “normal” leva 52 semanas.

Os alimentos provenientes de agricultura celular também podem contribuir para reduzir as emissões de gases com efeito estufa, caso a produção seja feita com recurso a energias renováveis. Em linha com a sustentabilidade, a saúde também é de relevância neste tema, já que diversos estudos provam que o consumo prolongado de carne vermelha contribui para problemas cardiovasculares. No lado inverso, os alimentos de origem laboratorial estão sujeitos a um maior controlo e, como tal, podem reflectir uma fonte mais saudável de proteína.

Por fim, o surgimento de novas escolhas alimentares dá espaço para que as investigações científicas acelerem, para que os preços se equilibrem e para que os recursos financeiros circulem. Actualmente, cerca de 70% das pessoas reduziu o consumo de carne ou deixou esta opção alimentar de parte por completo. Como tal, prevê-se que até 2040 o mercado tradicional seja superado por outros produtos à base de plantas ou feitos em laboratório.

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