Onde estão os nossos líderes?
Ele era o líder mais passional que alguém poderia esperar, uma força motivadora sem igual», escreveu Steven Levy, autor do livro “Insanely Great”, de 1994. “Ele” era Steve Jobs, o fundador e grande mentor da Apple, falecido este 5 de Outubro.
Quem costuma seguir diariamente o que se passa no Facebook percebeu bem, no passado dia 6, a relevância deste homem horas depois de ter sido anunciada a sua morte. E acredito mesmo que muitos que colocaram posts nem terão um iPhone, um iPod ou um iPad. Ou não conhecerão, ao pormenor, o percurso deste homem que um dia regressou à empresa que ajudou a fundar para a elevar ao patamar de número um mundial.
Por que é que a onda de consternação foi tão universalmente transversal?
Steve Jobs foi muito mais que o admirado e temido presidente da Apple. Foi o grande líder, um “visionário” – como o classifica Trina Gordon, CEO do Grupo Boyden -, uma marca da sua própria marca!
Ao contrário da União Europeia que, conforme tem sublinhado a “The Economist”, se depara hoje com líderes «fracos e com pouca preparação», a Apple alicerçou parte do seu crescimento na figura do próprio Jobs – que era mesmo aplaudido de pé, por jornalistas, nas conferências de imprensa em que apresentava com elevada pompa o lançamento de mais um gadget.
A Europa está em crise. Sim. Mas também de liderança. Um número crescente de empresas continua a encerrar portas. É um facto. Mas porque há mais empresários que empreendedores. Mais presidentes que líderes. Muito mais gestores que visionários!
Steve Jobs deixa-nos algo para além de uma marca que conquistou o estatuto de lovebrand e de um portefólio forte de produtos que continuam a bater recordes de vendas. Deixa-nos um exemplo de liderança única! Apesar de apelidado de faraó e de sempre lhe ter sido apontado o feitio pouco fácil, Jobs era implacável com a falha! Porque sempre soube que só há espaço para os melhores.
Não é preciso ler muitos livros de Gestão ou Recursos Humanos para saber que compete ao verdadeiro líder motivar e influenciar positivamente os seus colaboradores, procurando sempre os melhores resultados e mantendo as equipas alinhadas!
Não é disto que todos estamos a precisar?