Onde é que as pessoas estão?
Por Vanessa Oliveira, UPPartner Digital project manager
Sem dúvida que a pandemia veio dar um protagonismo exacerbado ao digital. Já todos sabíamos que existiria um crescimento, mas estávamos a contar que fosse algo que iria acontecendo de forma mais gradual e não tão abrupta. A verdade é que, depois de fechados em casa, a nossa janela para o mundo passou a ser o digital e toda a sua oferta. A título de curiosidade, de forma a mostrar esta evolução e segundo alguns relatórios disponíveis online, foram contabilizadas 12,5 mil milhões de horas gastas online, um novo marco no consumo de internet e um novo recorde no que diz respeito à utilização de redes sociais.
Assistimos a vários fenómenos ao longo destes anos de pandemia – sim, infelizmente já são anos – dos quais destaco, por exemplo, o TikTok que inicialmente era uma rede mais dedicada a jovens, mas que, neste momento, já conta com subscritores de todas as faixas etárias.
À parte das redes sociais, outro excelente exemplo é o aumento substancial das compras online e, como tal, feitos através de sites ou apps. Algo que já era uma prática comum, mas que com a Covid-19 teve um boom gigantesco. Um outro exemplo de como o digital foi fundamental para nos continuar a dar acesso ao mundo exterior é o facto de colocar à nossa disposição várias plataformas através das quais nos é possível agendar reuniões de trabalho, fazer brindes com amigos, jantar com familiares à distância, entre tantas outras utilizações que foram uma tábua de salvamento para a nossa saúde mental durante a pandemia.
Se antes ainda tínhamos dúvidas sobre se a maioria das pessoas estaria ligada ou se seriam apenas os mais novos, hoje, já todos sabemos que, independentemente da idade, género, localização e até classe social, todos nós estamos mais digitais do que nunca e há hábitos que não iremos perder, mesmo que se afigure um possível regresso à dita normalidade.
Enquanto 2021 foi um ano de transformação, pessoas, empresas e sociedade começaram a questionar quais as melhores formas de influenciar o seu futuro em vez de apenas sobreviverem no presente. Foi também o ano em que as esperanças, da imunidade de grupo, do fim dos isolamentos pandémicos e do regresso à normalidade, foram frustradas. Por todos estes motivos, torna-se ainda mais difícil fazer previsões sobre o que nos espera este ano. Uma coisa é certa: 2022 trará muitas surpresas e muitas tendências digitais.
As pessoas estão e continuarão a estar ligadas e o grande desafio para as marcas será mesmo conseguir fazer a ligação física e emocional que sempre tiveram, provavelmente de forma facilitada, agora num mundo mais digital, em que o lado humano tem de ser preservado. É por isso, na minha opinião, muito importante impulsionar as marcas a encurtar a distância entre a descoberta, a emoção e a conversão.