Olympus regressa aos lucros após acordo com Sony
A fabricante japonesa de equipamentos ópticos Olympus alcançou lucros no segundo trimestre fical do ano, que terminou em Setembro. Depois de ter estado à beira da falência, na sequência de um escândalo de fraude contabilística que desequilibrou a sua balança de pagamentos, a empresa, que já começou a receber uma injecção de capital da parte da Sony, dá os primeiros sinais de recuperação.
A maior fabricante mundial de endoscópios obteve um resultado líquido de 12,47 mil milhões de iénes (cerca de 123,3 milhões de euros) entre Julho e Setembro, que compara com o prejuízo de 30,91 mil milhões de iénes (305,8 milhões de euros, ao câmbio actual) observado no mesmo período do ano passado, de acordo com um comunicado da empresa, citado pelo The Wall Street Journal.
O lucro operacional da Olympus aumentou 30% em termos homólogos para 15,92 mil milhões de iénes (157,7 milhões de euros), enquanto as receitas subiram 0,1% para 216,22 mil milhões de iénes (2,14 mil milhões de euros). Os resultados da empresa foram sobretudo alavancados pela venda de algumas subsidiárias, bem como pelo bom desempenho da unidade de sistemas médicos, que contrasta com a quebra nas vendas de máquinas fotográficas digitais.
A este regresso aos lucros não é também alheio o acordo alcançado recentemente entre a Olympus e a Sony, no âmbito do qual a Sony irá adquirir cerca de 50 mil milhões de iénes (495,2 milhões de euros) em acções da empresa, passando a deter uma participação a rondar os 11%. De acordo com o The Wall Street Journal, no mês passado foi paga a primeira tranche, no valor de 19,05 mil milhões de iénes (188,7 milhões de euros).
No segundo trimestre fiscal, o rácio de capital próprio da Olympus situou-se nos 3,7%, que compara com os 2,2% do trimestre anterior. Após a conclusão do negócio com a Sony, a empresa estima passar a ter um rácio de capital próprio a rondar os 9%, sendo que o objectivo é o de atingir os 30% até 2017.
Para além do acordo com a Sony, que poderá envolver ainda a partilha de tecnologias e componentes entre as duas empresas, como as lentes da Olympus ou os sensores de imagem da Sony, a empresa nipónica tem procurado reequilibrar as suas contas através de um programa de reestruturação que envolve o despedimento de 2700 trabalhadores, ou 7% da sua força laboral global.
Recorde-se que em Outuro de 2011, na sequência das denúncias do então presidente executivo Michael Woodford – que lhe valeram a demissão do cargo ao fim de apenas duas semanas no lugar – , a Olympus admitiu que realizou, desde 1990, pagamentos inflaccionados a consultores para ocultar prejuízos na aquisição de empresas, que ascendem a 135 mil milhões de ienes (cerca de 1,37 mil milhões de euros, ao câmbio actual).