Obrigada, Ricardo Mealha
Ao longo dos 20 anos da Marketeer foram vários os trabalhos feitos que procuraram acompanhar e dar a conhecer o design assinado por Ricardo Mealha e pelas equipas com que trabalhou. Hoje, dia em que nos despedimos do designer que era um fervoroso amante da cultura portuguesa e, em particular, de Lisboa, lembramos alguns desses trabalhos. A homenagem possível, porque a verdadeira, essa, acreditamos tê-la feito com ele a nosso lado, a última das quais há dois meses.
Outubro 2005
Flexibilidade e autenticidade
Afirmar a RMAC enquanto verdadeira “boutique criativa”. Um atelier que prima pela busca constante da qualidade ao nível do design. A intenção é de Ricardo Mealha e Ana Cunha, os grandes mentores do projecto que tem trazido para Portugal importantes distinções internacionais
Por Mª João Vieira Pinto
São dez anos de design assinado em português. Uma década em que a RMAC de Ricardo Mealha e Ana Cunha somou clientes, ganhou em notoriedade e engrossou a lista de distinções e prémios, 73 no total. Uma década, ainda, ao longo da qual a própria equipa se viu obrigada a multiplicar.
Em dez anos, a RMAC foi a empresa portuguesa de design que conquistou maior número de prémios nacionais e internacionais em concurso. Na prateleira ostenta, por exemplo, seis IF Design Awards – concurso alemão que distingue há mais de 50 anos os melhores trabalhos mundiais da área – ganhos o ano passado com trabalhos desenvolvidos para o Lux/Frágil e para a Moda Lisboa.
Quando arrancou em 1995, o grupo restringia-se a Ricardo Mealha – ex-Young&Rubicam e ex-Novodesign-, Ana Cunha e João Bacelar – também ex-Novodesign. Um grupo que se reunia para apresentar ao mercado um atelier de design e brand design. Hoje, a equipa conta com 12 pessoas a full time, sendo pontualmente requisitados trabalhos outsourcing.
Quando Ricardo Mealha olha para trás e vê um «percurso sólido». Apesar de algumas fases «de transição», como lhes chama, a RMAC conseguiu construir um pilar para «uma sobrevivência dinâmica a longo prazo», defende.
Abril de 2008
O design democratizou-se…
… e o termo banalizou-se! Mas, não é esse o fim último do design? Ser facilitador, solucionando, melhorando e embelezando a vida dos consumidores?
Por Mª João Vieira Pinto
«O design nasce das necessidades de diferentes estilos de vida. Como as necessidades mudam com o tempo, o design é uma fonte inesgotável de soluções para os mais diversos problemas dos consumidores», diz Ricardo Mealha, fundador da RMAC – agência de design que desde há anos assina projectos para diferentes áreas. Segundo Mealha, a democratização das ferramentas informáticas de desenho e de visualização, aliada a «uma necessidade cada vez maior de cada geração se distanciar da última de uma forma notória», foram alavancas para uma como que “explosão” do design… em todas as áreas, para todos os consumidores. Um dos exemplos máximos? O iPod!
Setembro 2015
Consistência e longevidade
A Vida Portuguesa, BES, Rioforte, Ministério da Cultura e Palácio Nacional da Ajuda são alguns dos nomes sonantes que fazem parte do portfolio de corporate identity do fundador da Brand Gallery
Por Mª João Lima
Ricardo Mealha e Pedro Oliveira abriram há pouco mais de um ano a Brand Gallery, um nome que ficou do espaço que o designer teve durante alguns meses em Santos (Lisboa) e que se dedicava à activação de marcas e a trabalhos como atelier de design.
Fundador do atelier RMAC – Ricardo Mealha / Ana Cunha, que vendeu em 2006 ao grupo BBDO Portugal, Ricardo Mealha teve um período sabático de oito meses no Brasil onde se dedicou a aprofundar o seu conhecimento sobre um país que o apaixonou. «Estive a rever para onde queria ir. Fiquei apaixonado pela cidade de São Paulo e resolvi fazer um livro que foi editado pela Babel. Actualizei-me em tudo o que estava ao meu alcance na minha área, em termos do branding e do software, de vídeo», conta Ricardo Mealha. E garante: «Hoje sou muito melhor designer do que era há cinco anos. Estas pausas são essenciais para podermos evoluir. Temos de ter esta capacidade de renovação, de ir mais longe. Sei que continuo a ser valor acrescentado para os meus clientes e para os novos designers. É relevante a experiência acumulada e o olhar para o futuro.»