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Óbidos torna-se o epicentro do chocolate com nova Plataforma Nacional
A vila de Óbidos acaba de reforçar a sua posição como referência nacional no setor da chocolataria com a criação formal da Plataforma Nacional do Chocolate. A nova estrutura, que terá a sua sede em Óbidos – onde se realiza, há mais de duas décadas, o prestigiado Festival Internacional de Chocolate – tem como missão alavancar, reconhecer e valorizar as atividades económicas ligadas ao chocolate e os seus profissionais.
A plataforma funcionará como um espaço de interação e cooperação entre produtores, artesãos, empresas e instituições de ensino e investigação. Com um gestor dedicado, facilitará a troca de informações e a criação de oportunidades, promovendo a inovação e o desenvolvimento do setor. A iniciativa também está alinhada com a futura Academia Internacional de Chocolate, fruto de uma parceria com o Turismo de Portugal.
“É um importante passo aquele que agora está a ser dado para reforçar o caminho que temos vindo a percorrer para valorizar um produto tão nobre e tão identitário de Óbidos”, destacou Filipe Daniel, presidente da Câmara Municipal, durante a assinatura do protocolo de colaboração entre a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e o Município.
“O chocolate faz parte das nossas agendas desde 2002, e que consubstanciamos com a criação desta plataforma, mas
também com a futura Academia Internacional de Chocolate”, acrescenta Filipe Daniel.
O autarca destaca ainda quue “Óbidos tem uma forte ligação ao chocolate, consolidada ao longo dos anos através do nosso reconhecido Festival Internacional de Chocolate, um evento que atrai milhares de visitantes e dinamiza a economia local” e com a “criação desta plataforma, abre-se agora uma nova oportunidade para fortalecer ainda mais este setor, promovendo a inovação, a valorização dos produtos nacionais e a colaboração entre os diversos agentes envolvidos”.
“Funcionará como um espaço de convergência para produtores, artesãos, empresas e instituições de ensino e de investigação, criando sinergias que permitirão não só elevar a qualidade e a autenticidade do chocolate português, mas também posicionar Portugal no mapa internacional da excelência, nesta área. Através dela, podemos impulsionar a sustentabilidade da produção,
apoiar pequenos produtores e estimular a criatividade e o empreendedorismo”, remata.
Para Carlos Moura, presidente da AHRESP, a criação da Plataforma Nacional do Chocolate insere-se num esforço mais amplo de valorização de setores menos mediatizados da gastronomia portuguesa. “A primeira: para dar um push às atividades económicas que estão menos mediatizadas e que têm tanto valor para a gastronomia portuguesa. A segunda grande e importante razão é a valorização dos profissionais destas atividades económicas, que queremos que não desapareçam, e que continuem a ser atrativas para as novas gerações”, explicou.
“A AHRESP é uma associação de empresas, de empresários e de gestores. Não é só uma associação de empregadores. Por essa razão, e procurando representar 52 atividades económicas, tem de fazer um esforço para puxar por algumas delas que estão menos mediatizadas e que têm o relevo e a importância que muitas outras”, destacou Carlos Moura.
Por essa razão, a AHRESP decidiu “constituir cinco plataformas nacionais: a Plataforma Nacional do Pão (Mafra), já a funcionar há um ano, a Plataforma Nacional do Vinho, na Régua (em curso), a da Pastelaria (Évora), a Capital das Cozinhas do Mar, nos Açores, e a Plataforma Nacional do Chocolate, em Óbidos”.
Óbidos, que acolhe o Festival Internacional de Chocolate há 22 anos, foi a escolha natural para sediar esta estrutura. “Óbidos é hoje uma espécie de catedral do chocolate, e onde assenta e assentará a sede da Plataforma Nacional do Chocolate”, afirmou Moura.
O evento de apresentação contou com a presença de diversos especialistas do setor, como os mestres chocolateiros Bruno Santos (da Óbidos Chocolate House), Francisco Siopa (curador do festival e chef no Penha Longa Hotel) e Bruno Marques (formador na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste). Para Bruno Santos, “a criação de uma comunidade deste género vai sem dúvida valorizar o município”, assim como a economia local. “Vai ainda consciencializar as pessoas para a importância deste produto, para os seus profissionais, podendo servir ainda para chamar à atenção para a formação e para as nossas escolas”.
Já Francisco Siopa celebrou a iniciativa como “um dia tão importante para Óbidos, para o País e para o Chocolate”.
A Plataforma Nacional do Chocolate promete impulsionar a qualidade, autenticidade e projeção internacional do chocolate português, garantindo que esta arte doce continue a encantar gerações futuras.