O que mudou no Sapo em 20 anos?
Tudo. Mudou tudo no Sapo que nasceu há 20 anos na Universidade de Aveiro. Ou quase tudo. «Preservámos a nossa cultura, mas o Sapo é um projecto completamente diferente do que iniciámos em 1995», conta à Marketeer Celso Martinho, director-geral do Sapo e que está no projecto desde o primeiro dia. O profissional diz que o Sapo foi acompanhando as mudanças na internet. «O que nos motiva, desde o primeiro dia, é saber que a internet é uma plataforma que permite experimentar muito», confessa lembrando que apesar de estar nas vidas das pessoas há pouco mais de duas décadas tem ainda muito por onde evoluir. E é essa evolução que o Sapo tem procurado acompanhar e, quando possível, antecipar. «Tentamos ser irreverentes apesar de já não sermos assim tão jovens e de já haver alguns cabelos brancos na equipa inicial», graceja.
É desta forma de ver a tecnologia que têm saído soluções como o MEO Kanal, que permite criar o próprio canal de TV. A empresa encara o Sapo como um laboratório de tecnologia de ponta.
E se há 20 anos quando o Sapo nasceu a internet não estava massificada e eram apenas os early adopters que a usavam, não indo em Portugal além das 100 mil pessoas, hoje o panorama mudou radicalmente com cinco milhões de pessoas a usá-la (o Sapo tem mais de três milhões de visualizações diárias). «Hoje os comportamentos na internet são o reflexo da sociedade», garante. Além disso, acrescenta, «hoje consumimos informação um pouco por todo o lado, nomeadamente nos telemóveis».
Os conteúdos são, diz o director-geral do Sapo, o ponto mais forte do Sapo. «Somos um projecto generalista, para todas as faixas etárias, mas a aposta nos conteúdos atira-nos para uma faixa etária mais adulta, entre os 25 e os 45 anos.» No entanto os mais jovens não estão esquecidos até porque são eles os consumidores do futuro. Daí que o Sapo tenha vindo a procurar perceber de que forma é possível usar as redes sociais – muito populares entre os mais jovens – de forma integrada. «Estamos a reforçar a nossa aposta não só no Facebook mas em outras redes mais fortes entre os mais jovens como o Twitter e o Instagram», conta. Isto porque, justifica Celso Martinho, «os mais jovens consomem muitos conteúdos. Os conteúdos são é outros». Transversal às várias faixas etárias é a exigência que os internautas têm no que respeita à riqueza das experiências que têm de funcionar nos dispositivos móveis com eficiência, assegura.
20 anos, 20 dias
Para comemorar os 20 anos que hoje se assinalam o Sapo vai lançar um site que contará com conteúdos para os quais conta com a ajuda de parceiros e amigos do portal. «A ideia é que estes convidados deem uma visão do que serão os próximos 20 anos. Uns fá-lo-ão num registo mais sério, outros mais humorístico. Mas a ideia é que sejam testemunhos virados para o futuro e não tanto para o revivalismo do passado», desvenda Celso Martinho. Entre esses amigos estarão bloguers e líderes de opinião de diversas áreas.
Era uma vez… um motor de pesquisa
Nasceu como um motor de pesquisa, mas rapidamente perceberam que o potencial ia muito mais longe. Evoluiu para um portal e foram detectando os serviços e produtos a juntar ao projecto, explica Calso Martinho. Hoje apresenta-se como um agregador de conteúdos associando-se a parceiros de referência entre os quais as áreas que os portugueses mais procuram de que são exemplo os blogues, os classificados, o e-commerce e conteúdos multiplataforma. «As pessoas vão ao Sapo porque construímos uma oferta de conteúdos diversificada», explica Celso Martinho
Com a inovação no seu ADN e a ligação à academia através dos Labs Sapo, é também mentor do evento de tecnologia Sapo Codebits, que filtra e transforma em startups o que de melhor se inventa e faz na área da tecnologia no país. É-lhe ainda confiada, por parceiros internacionais, a coordenação da Maker Faire.
Hoje o Sapo está presente em cinco países de Língua Oficial Portuguesa: Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique e Timor-Leste.
Texto de Maria João Lima