O que esperam os consumidores do futuro? Frigoríficos que fazem encomendas e pastilhas anti-envelhecimento

Como será o futuro nas áreas de alimentação, beleza, saúde ou viagens? A Escolha do Consumidor fez uma viagem pelo tempo e levou a cabo um estudo online para perceber quais os cenários que os consumidores acham mais próximos da realidade e que vão ao encontro das suas expectativas.

No que toca a produtos alimentares, a preferência é pela conveniência, face à revolução tecnológica, não mostrando os consumidores interesse por entregas por drones ou serviço de mesa feito por robôs.

Neste tópico, 81% dos inquiridos afirma que gostaria de ter um frigorífico que fizesse encomendas de bens alimentares em falta e 94% aprecia embalagens com nutrientes adequados às necessidades nutricionais de cada um. Inovações mais arrojadas, como refeições em forma de comprimido de acordo com as necessidades nutricionais, são dispensáveis para 70% dos inquiridos.

Já no sector da beleza, os consumidores estão bastante dispostos a que as marcas ofereçam soluções inovadoras e revoluções tecnológicas. Mais de 90% mostrou interesse em lojas com sistemas de espelhos que mostram o resultado da aplicação dos produtos que estão a escolher; cremes hiperpersonalizados e encomendados online, com resultados em dias e não em meses; além de sistemas de duche que aplicam tratamentos imediatos. Quase 90% dos consumidores (87%) procura produtos mais vegan e todos os inquiridos revelam que procuram embalagens 100% reutilizáveis, mostrando assim interesse pela sustentabilidade.

Para além da preocupação com a aparência, os consumidores estão também interessados na sua saúde e bem-estar. Quando analisadas as respostas sobre este sector, a esmagadora maioria assume que talvez fosse interessante ou gostaria que no futuro as marcas oferecessem postos de triagem baseados em IA sobre o nosso estado de saúde (84%); relógios que fornecem planos de treino e nutricionais em função das necessidades individuais (90%); médicos ao domicílio e virtuais (88%); e até pastilhas anti-envelhecimento (65%).

Já na higiene e lar, 79% gostaria ou adoraria ter uma máquina de limpeza automática de toda a casa e 75% um auto-detector de lixo que reconhece, por exemplo, pêlos de animais e que os recolhe de imediato.

Turismo, viagens, desporto e ensino

No que diz respeito aos serviços, o turismo e as viagens são o sector onde o consumidor está mais receptivo à revolução tecnológica: em média, 85% dos inquiridos considera interessante, positivo ou adoraria que as viagens passassem a ser feitas através de teletransporte; que, nos aeroportos, o controlo nos aviões fosse simplificado através de IA; que viajar de avião demorasse o mesmo tempo que viajar de autocarro; e, que os bilhetes funcionassem por impressão digital. No entanto, mais de 50% dispensa viagens em realidade virtual, preferindo a experiência real.

Quando questionados sobre desporto no futuro, os consumidores tendem para soluções mais conservadoras, não destacando interesse em grandes evoluções, à excepção da existência de infraestruturas desportivas partilhadas por diferentes clubes (60%). Existe, inclusivamente, uma resistência de 79% dos inquiridos a que jogadores amadores que praticam online sejam considerados profissionais do desporto, com os e-sports a não conseguirem ganhar mais interesse que os desportos físicos.

No ensino, mais de 50% dos consumidores considera que adoraria que houvesse uma mudança estrutural, nomeadamente a inexistência de testes de avaliação, para dar lugar a avaliação contínua; que o plano curricular fosse desenhado de acordo com as competências de cada um; que a formação fosse concentrada nos básicos da matemática e do português, com maior foco no desenvolvimento de especialidades adequadas a cada profissão.  Não existe interesse, por exemplo, em teleprofessores/hologramas.

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