O que é que a Taylor Swift nos pode ensinar sobre fidelização à marca?

Por Sofia Kousi, assistant professor em Branding & Wellbeing na Nova SBE

Devo confessar que nunca fui fã da Taylor Swift. Provavelmente já tinha ouvido músicas dela na rádio, mas não vos conseguia dizer quem a cantora era (peço desculpa aos Swifties). No entanto, quando os 14 milhões de fãs dela deitaram abaixo o Ticketmaster, a empresa americana de venda de bilhetes online, dia 1 de Novembro de 2021, comecei a prestar atenção. Perguntei-me até que ponto uma cantora precisava de ser popular para deitar abaixo este site. Pelos vistos, MUITO.

Dizer que a Taylor Swift tem muito sucesso artístico e comercial, é dizer pouco. Segundo o Washington Post, prevê-se que a sua Eras Tour atinja um recorde de 4,1 mil milhões de dólares. Foi a artista mais transmitida de 2023, com mais de 26,1 mil milhões de transmissões globalmente e 110 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Ganhou 12 prémios Grammy e o prémio de Artista da Década dos AMA, entre outros.

Este sucesso tem sido desenvolvido cuidadosamente desde o início da sua carreia, em 2006. Para utilizar linguagem de marca, ela tem reforçado sistematicamente a mesma posição. A aparência pode ter evoluído: o cabelo pode estar mais liso, talvez o batom seja mais vermelho. Mas a sua proposta de venda única manteve-se consistente: a vizinha do lado capta a essência de crescer e coloca experiências emocionais complexas em palavras, através de letras brilhantes e melodias cativantes.

A carreia dela tem sido um contínuo contar de histórias, com temas de auto-revelação, autenticidade e capacitação. A cantora investe activamente em relações profundas com os seus fãs através de símbolos e pistas para a criação de universos (Easter Eggs) tecidos nas suas letras, vídeos e publicações nas redes sociais. A Taylor Swift recompensa os seus fãs fiéis com sessões secretas, encontros (meet & greets) em concertos, oferta de presentes surpresa, e nunca deixa de lhes agradecer publicamente. Por seu lado, os Swifties retribuem com horas de transmissão, compras de produtos da marca e bilhetes, envolvimento online e presencial, fazendo vídeos com a sua música, personalizando as suas roupas para os concertos, fazendo pulseiras da amizade e muito mais.

Gostos musicais à parte, as suas capacidades de construção de marca são ouro puro.

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