O novo consumidor nascido da pandemia habituou-se à incerteza e a viver com o risco

Após dois anos de instabilidade social e económica provocada pela pandemia, os consumidores habituaram-se a viver com a incerteza e a disrupção dos novos tempos, conclui a segunda parte da 3.ª edição do estudo “Conhecer os desafios ajuda a encontrar o caminho?”, elaborado pela multinacional EY – Ernst & Young.

De acordo com os dados recolhidos, são três as mudanças que vão ocorrer no consumidor e que vão moldar um novo normal. Primeiro, a experiência de viver esta pandemia durante dois anos mudou a forma como os consumidores pensam e sentem o risco. Segundo, os consumidores estão a definir novas prioridades na forma como e quando usam o seu dinheiro e o seu tempo, valorizando mais a qualidade e indicando que querem consumir menos no geral.

Neste âmbito, 59% dos consumidores está a pensar com mais cuidado sobre como gasta o seu dinheiro e 53% diz ser mais propenso a reparar um bem do que a substituí-lo, se for possível.

Por fim, em terceiro, a pandemia mudou a relação do consumidor com as tecnologias digitais. Tendo em conta estes aspectos, os especialistas da EY prevêem que em 2022 dar-se-á “o regresso da tão aguardada experiência em retalho físico”, embora se espere que as marcas apostem na criação de experiências mais interactivas, significativas e com impacto, de forma a se aproximarem das pessoas e das suas necessidades e desejos.

Igualmente, esperar-se-á mais e melhor no que toca às práticas sustentáveis das marcas. Os consumidores estão a evitar gastar em produtos e experiências desnecessários, procurando soluções mais circulares e mais amigas do planeta.

Além disso, querem sentir-se em controlo de todos os aspectos da sua vida, exigindo das marcas maior transparência, clareza e flexibilidade para poderem tomar decisões de compra mais informadas. Na indústria da moda, por exemplo, nota-se uma mudança no mindset dos consumidores, estando estes mais sensíveis a opções circulares, como o aluguer de roupa, os marketplaces de revenda ou as lojas em segunda mão, avança o estudo.

Desta forma, a EY prevê que, em breve, as empresas vão começar a dissociar-se do conceito de “Black Friday”, optando por alternativas social e ambientalmente mais responsáveis como o #GivingTuesday, #GreenDay ou #GreenWeeks ou #BuyNothingDay”.

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