«O negócio gere-se com uma certa dose de imprevisibilidade»

Depois de ter inaugurado o Stay Hotel Lisboa Centro Chiado, em Janeiro de 2020, resultado de um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros na reconversão de um edifício histórico, o Grupo Stay Hotels prepara-se para abrir mais dois hotéis no segundo semestre do ano: um junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto (cujo investimento rondou os 600 mil euros), e outro em Lisboa, junto ao Aeroporto Humberto Delgado (que representa um investimento total de mais de 1,5 milhões de euros).

Agora, o Grupo Stay Hotels está a investir cerca de 100 mil euros em duas campanhas promocionais: uma de Verão e outra de Inverno. “Venha turistar nas nossas cidades” é o mote da primeira campanha que termina a 30 de Setembro e que se traduz na tarifa única de 10 euros a primeira noite em estadias mínimas de duas noites.

Em entrevista à Marketeer, Jorge Bastos, administrador da Stay Hotels, acredita que, apesar do período que estamos a viver, o grupo alcançará os resultados propostos. Com a reabertura progressiva das ligações aéreas e a procura crescente do mercado nacional, «a retoma está a fazer-se de forma gradual e com optimismo», conta.

O grupo iniciou actividade em Março de 2013. De lá para cá, o que mudou na maneira da Stay Hotels estar no mercado?

Jorge Bastos

A marca estreou-se em 2013 com a abertura do seu primeiro hotel, o Stay Hotel Torres Vedras Centro. Actualmente, gere nove unidades, localizadas em Guimarães, Porto (2), Coimbra, Torres Vedras, Lisboa (2), Évora e Faro e, em breve, entrarão em operação o Stay Hotel Porto Aeroporto e o Stay Hotel Lisboa Aeroporto.

A Stay Hotels nasceu com o objectivo de oferecer hotéis citadinos, limited service, onde o cliente paga apenas o que realmente precisa: localizações centrais nas principais cidades do País e o máximo conforto. Queremos proporcionar a quem nos visita uma experiência memorável e distintiva, através de espaços modernos e de um acolhimento dedicado e próximo.

A Stay Hotels é certificada, desde 2016, nas normas ISO 9001 e ISO 14001, pela LRQA (Lloyd’s Register Quality Assurance), que comprovam o compromisso da marca com a satisfação dos seus clientes e com a aplicação de boas práticas ambientais, no que diz respeito à poupança energética, gestão de recursos, separação dos resíduos, utilização de materiais biodegradáveis e participação em campanhas nacionais e regionais de preservação ambiental.

Além disso, temos vindo a adaptar-nos à nova realidade consequência do coronavírus, reforçando as medidas de higiene e segurança. O objectivo é dar resposta às recomendações das entidades oficiais, como a DGS e a OMS, permitindo aos colaboradores e clientes uma convivência sã nos nossos hotéis.

O grupo apresenta-se como limited service e não low cost. Quais as principais diferenças?

A Stay Hotels apresenta-se como “limited service”, pois propõe-se a oferecer aos seus clientes apenas o que realmente precisam: localizações centrais nas principais cidades do País, máximo conforto, conectividade (wifi gratuito em todas as zonas dos hotéis), serviço de bar & snacks 24h/dia e pequeno-almoço servido em horário alargado. Na Stay Hotels, o cliente é recebido por equipas atentas e dedicadas, com paixão pelo serviço, e procuramos sempre oferecer a melhor relação qualidade-preço. Apostamos, essencialmente, no “Value for Money”.

No final de 2017, a administração indicava ter como objectivo até 2020 ter uma rede de 16 hotéis até 2020. Mantêm o plano e o que falta para o fazer chegar a bom porto?

Neste momento, a Stay Hotels gere nove unidades de norte a sul do País e, até ao final de 2020, vamos inaugurar mais dois hotéis: o Stay Hotel Porto Aeroporto, junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, e o Stay Hotel Lisboa Aeroporto, junto ao Aeroporto Humberto Delgado. Temos ainda vários projectos em pipeline, sobretudo no Porto e em Lisboa, que iremos revelar muito em breve. Estamos sempre atentos a novas oportunidades e, apesar do período que estamos a viver, acreditamos que alcançaremos os resultados propostos.

Quais os próximos destinos ao nível de localizações no plano de crescimento da Stay Hotels? Quais os investimentos que estão a ser feitos, agora, ao nível de aquisições e de remodelações?

O nosso objectivo passa por reforçar a presença da Stay Hotels – através do número de quartos e de unidades hoteleiras – em Portugal Continental, nos principais centros urbanos de norte a sul do País, com um foco muito especial nas cidades de Lisboa e do Porto. Estamos permanentemente a analisar novas oportunidades de negócio para garantir a expansão da cadeia hoteleira e para fortalecer a nossa promessa de hotéis de cidade, que servem o cliente com o que ele realmente precisa: uma qualidade excepcional nos serviços base e uma experiência memorável na relação com a marca, tanto na vertente de turismo de lazer como de negócios.

Procuramos projectos que se possam enquadrar na filosofia da marca: unidades com óptimas localizações nos centros das principais cidades do País. O nosso modelo de negócio baseia-se principalmente na aquisição de hotéis pré-existentes através de trespasse com a celebração de contratos de arrendamento de longo prazo. Procedemos a obras de renovação e adaptação profundas, dotando os edifícios dos serviços estandardizados e do branding da marca, oferecendo ainda serviços de gestão profissional; ferramentas CRM de apoio à gestão; sistemas de informação integrados; apoio comercial e de marketing. Embora este seja o nosso modelo de negócio principal, quando surge a oportunidade, a Stay Hotels não exclui a possibilidade de desenvolver hotéis de raiz, adaptando  edifícios que tinham anteriormente outro tipo de ocupação.

Por quantas camas e quartos responde hoje o grupo? Como ficarão estes números no final do ano?

Neste momento, a Stay Hotels gere 503 quartos em nove unidades. Até ao final do ano, com a abertura do Stay Hotel Porto Aeroporto e do Stay Hotel Lisboa Aeroporto, teremos 11 unidades e 689 quartos.

De que forma a pandemia e a diminuição drástica dos turistas não residentes está a impactar o negócio em 2020?

A pandemia teve um impacto generalizado nas taxas de ocupação. No entanto, com a reabertura progressiva das ligações aéreas e a procura crescente do mercado nacional, a retoma está a fazer-se de forma gradual e com optimismo. Ainda assim, o negócio gere-se com uma certa dose de imprevisibilidade, o que requer ainda mais criatividade da parte das equipas.

Que trabalhos têm sido feitos pelo grupo para fomentar o turismo interno?

Para fomentar o turismo interno, estamos a investir cerca de 100 mil euros em duas campanhas multimeios: uma de Verão, que estará disponível até finais de Setembro, e outra de Inverno. “Venha turistar nas nossas cidades” é o mote da primeira campanha, que se traduz na tarifa única de 10 euros a primeira noite em estadias mínimas de duas noites. Além de outdoors espalhados nas principais estradas do País, a campanha está a ser divulgada na rádio, imprensa, meios online, youtube e outras redes sociais. Com esta campanha estamos a contribuir para que os clientes Stay Hotels possam conhecer melhor as nossas cidades, criando memórias felizes e ajudando a dinamizar os comércios locais e a cultura nacional. Pretendemos assim apoiar o turismo nacional e proporcionar aos portugueses umas férias inesquecíveis, ao melhor preço.

Como estão os portugueses a reagir à campanha?

De forma positiva! As reacções têm sido muito favoráveis, tanto nas redes sociais como nos próprios hotéis, que vão recebendo novos clientes por todo o País. Quisemos juntar o útil ao agradável, oferecendo aos portugueses a possibilidade de viajar por Portugal, durante os meses de Verão, a um preço excepcional.

Texto de Maria João Lima

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