O mundo celebra a menstruação de formas diferentes. Uns escondem-na, outros festejam a sua vinda

A Intimina, marca de saúde íntima feminina, tem como objectivo promover a consciencialização sobre a saúde menstrual. Nesse sentido, e depois de explorar o espectro de atitudes globais em relação à primeira menstruação, divulga o resultado dessa pesquisa.

Na verdade, o processo biológico natural da menstruação conecta raparigas em todo o mundo com um poderoso laço de experiência partilhada. Desde rituais a tabus profundamente enraizados, as perspectivas culturais sobre a menstruação variam.

Algumas sociedades abraçam a menstruação com tradições, enquanto outras a envolvem em silêncio e restrições.

Brasil

Na floresta amazónica, a tribo Ticuna do Brasil, Colômbia e Peru tem um ritual único para raparigas que experienciam a primeira menstruação. Conhecido como ‘pelazon’, as jovens passam de três meses a um ano em quartos privados nas suas casas familiares.

Durante esse tempo, elas aprendem a história, música e crenças da sua tribo com os anciãos e outros membros. Ao contrário de práticas como Chhaupadi no Nepal, onde as meninas menstruadas são isoladas, as meninas Ticuna encaram o pelazon como um período positivo de autodescoberta e imersão cultural.

Uma celebração comunitária marca o fim do período de reclusão com a Cerimónia Pelazon, que dura três dias com rituais, danças e banquetes. Festividades que simbolizam a transição para a feminilidade e a integração nas responsabilidades adultas dentro da tribo.

Culturas Ocidentais

Em muitas sociedades ocidentais, a menstruação é tratada como um assunto privado, raramente discutido abertamente e, quando o é, utilizam-se eufemismos. Isto pode resultar em vergonha e constrangimento para muitas mulheres e raparigas.

Anúncios publicitários de produtos menstruais costumam ser comedidos e utilizam líquidos azuis em vez de sangue menstrual, evidenciando o desconforto social com o tema. No entanto, há vários movimentos que começam a lutar contra esses tabus culturais.

Como parte da sua missão contínua de normalizar a menstruação, a Intimina lançou um vídeo, “Acabar com os Eufemismos Menstruais”, apresentando um grupo improvável de gírias menstruais de todo o mundo, chamando a atenção para o fim dos eufemismos prejudiciais em torno da menstruação.

Índia

Em certas comunidades no sul da Índia, a primeira menstruação de uma rapariga é celebrada com uma cerimónia de entrada na maioridade conhecida como Ritusuddhi ou Ritu Kala Samskara. Durante este ritual, a rapariga veste um traje tradicional chamado Langa Voni, que combina uma saia e um sári.

Este momento simboliza a transição das jovens para a idade adulta, representando a sua prontidão para assumir responsabilidades dentro da família e da comunidade. Apesar destas tradições positivas, a vergonha e o estigma em relação à menstruação ainda persistem em várias regiões da Índia.

Espanha

A menstruação tem sido historicamente uma questão privada em Espanha, como em muitos países europeus. No entanto, movimentos recentes estão a impulsionar mudanças. Espanha é agora o primeiro país europeu a oferecer licença menstrual paga.

A introdução de políticas de licença menstrual em alguns locais de trabalho reflecte uma mudança no sentido de reconhecer e acomodar a saúde menstrual.

Apache

A Cerimónia do Nascer do Sol Apache é um profundo ritual de entrada na maioridade dentro da comunidade Apache, no Arizona e no México. Honra a “Mulher em Mudança”, uma figura religiosa venerada.

Esta celebração de quatro dias marca a transição de uma rapariga para a feminilidade após a sua primeira menstruação. Inclui danças, banquetes e rituais significativos.

Durante a cerimónia, a rapariga, vestida com trajes tradicionais, simbolicamente “abençoa os doentes” ao canalizar o poder da “Mulher em Mudança”.

Um ritual central envolve correr em direcção ao sol nascente no Leste, simbolizando as etapas da vida. Depois segue-se uma dança ao nascer do sol, marcando a sua jornada enquanto mulher.

Judaísmo

No Judaísmo, não há uma tradição específica para a primeira menstruação, mas há um ritual para o sangramento mensal regular. A tradição de Niddah requer que uma mulher se abstenha de certas actividades e de intimidade física com o seu marido durante a menstruação e pelos sete dias seguintes.

Após este período, ela participa num banho ritual conhecido como mikveh. Este costume visa renovar a pureza espiritual.

Hupa

As tribos Hupa, do noroeste da Califórnia, celebram a menstruação de uma jovem com a Dança das Flores, um festival de vários dias que consideram vital para manter o equilíbrio do mundo.

Durante esta cerimónia, a rapariga usa uma cobertura facial de penas de gaio azul e é rodeada por mulheres a dançar e cantar. O evento culmina num banquete e ofertas, destacando a força feminina dentro da comunidade.

Este ritual tem um profundo significado cultural para os Hupa, representando uma tradição de entrada na maioridade e uma revitalização do seu património no meio de adversidades históricas. Eles acreditam que a menstruação pode restaurar a harmonia no mundo, lembrando-nos da sua importância, mesmo em tempos desafiantes.

Escandinávia

Os países escandinavos, como a Suécia e a Noruega, são conhecidos pelas suas atitudes progressistas em relação à menstruação. Dão prioridade à educação sexual abrangente, incluindo a saúde menstrual, desde cedo. Os produtos menstruais são amplamente acessíveis e muitas vezes subsidiados, mostrando um forte compromisso social com a equidade menstrual.

Copos menstruais e educação

As primeiras menstruações nem sempre são o que imaginámos. A mudança para os copos menstruais pode, por vezes, vir com uma curva de aprendizagem tão acentuada que nos faz sentir como se estivéssemos de volta à escola. Mas o Lily Cup One, projectado especialmente para utilizadores de copos menstruais pela primeira vez, elimina a confusão em torno dos copos e traz conforto e confiança.

Para ajudar as raparigas (e a sociedade) a parar a vergonha em relação à menstruação, abrir conversas sobre o tema e lidar com situações difíceis, a Intimina lançou “O Guia das Raparigas Maravilhosas”.

Existe uma versão áudio gratuita disponível no site da marca. O livro e o audiolivro contêm cinco histórias de jovens que partilham as suas experiências e mudanças psicofísicas.

É uma experiência de aprendizagem sobre como gerir as mudanças da puberdade, repleta de informações médicas e conselhos práticos para evitar situações desagradáveis. Cada história visa proporcionar pontos de partida para conversas entre pais e filhos nesta fase delicada da vida de qualquer jovem mulher.

Tradições e tabus menstruais fornecem uma visão dos valores, crenças e estruturas sociais de várias culturas. Enquanto algumas sociedades celebram a menstruação como um importante ritual de passagem, outras impõem restrições devido a percepções de impureza. Ao explorar essas diversas tradições e defender conversas abertas,  é possível apreciar e respeitar esta parte natural da vida, livre de estigmas e discriminação.

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