O manifesto que quer combater o tabu da infertilidade

O IVI, grupo especializado em medicina reprodutiva, juntou-se à associação Uma Vida Mais Fértil para o lançamento de um manifesto que pretende promover uma mudança da linguagem da infertilidade, para que “as questões relacionadas com os problemas de fertilidade sejam faladas de uma forma ajustada à realidade e com empatia.”

Para a elaboração do manifesto “A Linguagem da Fertilidade”, que está disponível no website do IVI, foram recolhidos testemunhos de quem vive a infertilidade e exemplos em que a linguagem utilizada pelos profissionais de saúde, jornalistas, família e amigos teve um impacto emocional negativo.

O guia apresenta assim um conjunto de dicas sobre a forma como os profissionais de saúde, meios de comunicação social e a sociedade, em geral, devem abordar o tema. Isto porque “a linguagem que a sociedade usa colectivamente para descrever problemas relacionados com questões de fertilidade e o aborto pode ter um impacto enorme nos sentimentos da pessoa que vive este desafio, nas escolhas que faz e nos seus resultados.”

«Não basta dar visibilidade ao problema da infertilidade e encará-lo como uma realidade, é preciso observar toda a sua dimensão e perceber que os aspectos emocionais são essenciais na percepção da pessoa infértil», afirma em comunicado Joana Folgado, fundadora da associação Vida Mais Fértil.

«Sentimos que é nossa obrigação estar ao lado das mulheres e de todos aqueles que gostariam de poder falar sobre os seus problemas com a gravidez sem comentários inapropriados ou silêncios incómodos», salienta Filipa Santos, psicóloga do IVI Lisboa.

Estima-se que 15 a 20% da população em idade reprodutiva tem dificuldade em engravidar. E, segundo um relatório do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, 3,3% das crianças nascidas em Portugal em 2020 nasceram com recurso a tratamentos de procriação medicamente assistida.

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