O futuro é já em 2027

Um balanço animador e o traçar de metas para o futuro do Turismo de Portugal foi a forma como Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, encerrou o Fórum Turismo em Lisboa – Posicionamento e Sustentabilidade, evento organizado pelas revistas Marketeer e Viagens & Resorts.

O balanço não deixa ninguém indiferente. «2016 foi um ano recorde, mas os bons resultados continuam em Janeiro», assegurou Luís Araújo. «Janeiro trouxe-nos o crescimento de 14% de hóspedes, 12,6% de dormidas, 18% de proveitos globais e 13,9% de crescimento de RevPar [Receita por Quarto Disponível]», enumerou. Só Lisboa teve um crescimento de 21,5% de hóspedes, 20,8% de dormidas e 22,4% de proveitos.

Entre os mercados emissores de turistas está, à cabeça, o Brasil, com 70% de crescimento, os EUA a crescer 50% e a Alemanha com uma subida de 23%. «São dados simpáticos, mas o crescimento traz desafios», lembra. O profissional não tem dúvidas de que há margem para crescer, mas que esse crescimento tem de ser feito de forma sustentável. E foi esse o motivo que esteve na base do lançamento, na semana passada, da nova estratégia para o Turismo para os próximos 10 anos. Uma estratégia que passa por agir no presente e pensar o futuro com todos. Daí que Luís Araújo a apelide de uma estratégia participada e colaborativa. «Resultou da discussão com mais de mil pessoas, a recolha de informação junto de entidades públicas e privadas, de empresários a estudantes que quiseram partilhar quais é que eram as preocupações e quais é que seriam os seus desejos para o Turismo dos próximos 10 anos e do futuro em Portugal.»

Dessa auscultação resultou uma visão de afirmar o Turismo como um ramo para o desenvolvimento económico, social e ambiental do País e das cidades. «O Turismo interfere na vida das pessoas e por isso tem de ser pensado e programado por todos», acrescentou. A estratégia é baseada em activos – «que são diferenciadores e nos qualificam» como o clima, luz, natureza, água, mar, história e cultura, gastronomia e vinhos, wellness, living, eventos – sendo o principal as pessoas. «Quisemos dar importância a este activo em três focos principais: turistas, residentes e aqueles que trabalham no sector», comentou.

Valorizar o território, impulsionar a economia, potenciar conhecimento, gerar redes e conectividades e projectar Portugal são os cinco eixos delineados na estratégia. Tudo isto, assegurou o presidente do Turismo de Portugal, com metas claras. E entre estas metas há metas económicas, sociais (reduzir a sazonalidade, qualificação de recursos e satisfação dos residentes) e ambientais (eficiência energética, gestão da água e gestão dos resíduos).

Tudo isto, claro está, de mãos dadas com a inovação que tem de ser injectada no sector sem esquecer o enriquecimento cultural no sentido de melhorar a experiência dos turistas no País. E o wi-fi grátis é mais um ponto a não descurar já que tem a dupla vantagem de monitorizar os passos do turista e deixá-los satisfeitos com o serviço.

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