O futuro das compras de Natal: Poderá a IA fazer tudo por si?

É um cenário que se repete todos os anos: corredores apinhados, listas intermináveis e o stress inevitável de escolher o presente perfeito. Mas e se a tecnologia pudesse resolver este problema? Atualmente, já é possível a inteligência artificial (IA) ajudá-lo a escolher a melhor prenda, mas em 2025 pode ir mesmo além disso.

Embora sistemas como o ChatGPT possam sugerir ideias de presentes, ainda não conseguem comprar, personalizar ou enviar encomendas. Contudo, os avanços previstos para os próximos anos sugerem um futuro radicalmente diferente, segundo Jon Whittle, diretor da Data61, a divisão de ciência de dados e tecnologias digitais da CSIRO, agência nacional de ciência da Austrália.

Ao contrário dos chatbots convencionais, os agentes de IA são concebidos para agir no mundo real em nome dos utilizadores. Desde organizar jantares de Natal até à aquisição e entrega de presentes, estes sistemas podem coordenar-se através de múltiplos sites e plataformas, e este poderá mesmo ser o futuro.

Imagine um agente que seleciona fotos da sua galeria, encontra sites de personalização de presentes, efetua a compra com o seu cartão de crédito e usa a sua lista de contactos para enviar os presentes aos destinatários.

Este tipo de avanços não são meras especulações. Em 2024, mais de 1,8 mil milhões de dólares foram investidos em projetos de agentes de IA, segundo a Langchain. Além disso, empresas como a Anthropic e a Google DeepMind lançaram funcionalidades pioneiras que permitem aos agentes navegarem autonomamente na web e executarem tarefas complexas.

Apesar das promessas, há dois grandes desafios que impedem a adoção generalizada. O primeiro é a confiança. Entregar informações sensíveis, como dados de cartões de crédito, a um agente de IA é um passo arriscado. Estudos recentes mostram que a IA ainda é suscetível a erros, como “alucinações” que podem levar a consequências indesejáveis.

O segundo desafio é o contexto. Escolher o presente ideal requer um entendimento profundo das preferências e histórias pessoais dos destinatários, algo que a IA ainda não domina. Embora sistemas como o ChatGPT possam reter algumas informações sobre os utilizadores, o nível de personalização necessário para acertar no presente perfeito ainda está longe de ser atingido.

À medida que os agentes de IA continuam a evoluir, as barreiras tecnológicas para criar um “personal shopper” totalmente automatizado estão a diminuir. Mas resta saber se os utilizadores estarão dispostos a confiar neles para as suas tarefas mais pessoais.

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