O Estado que desejamos
Ricardo Florêncio
Director Editorial Marketeer
Editorial publicado na edição de Fevereiro de 2013 da revista Marketeer
Ainda relativamente ao “aumento brutal de impostos!”.
É óbvio que foi muito pouco agradável receber a notícia do “aumento brutal de impostos”. É também óbvio que não é muito motivador pensar que todas as tardes estamos a trabalhar para pagar ao Estado. E mesmo alguns, já nem toda a parte da manhã é para eles, pois já é também para pagar ao Estado. Além disso, em tudo o que consumimos, adquirimos, pagamos impostos, directos e indirectos.
Contudo, e apesar deste “aumento brutal de impostos”, este é capaz de não ser o principal óbice da questão. Vejamos o reverso, que é o que o Estado nos dá, face ao que nós pagamos. E aqui, a diferença é abissal. Nós pagamos muito mais do que o Estado nos dá.
Quando se pergunta que Estado queremos, é evidente que a resposta é queremos o Estado que pagamos. Mas o Estado afirma que não tem mais fundos, que não nos pode oferecer mais Estado.
Parece que não estamos a pagar o Estado, mas sim a pagar as asneiras que o Estado fez, a mando de alguém, alguéns, muitos alguéns…
Pois não parece ser possível haver mais Estado para os cidadãos, para os contribuintes, perante tantas situações e histórias de esbanjamento, abusos, erros, deslumbramentos.
Todos os dias somos bombardeados, ou informados, com despesas e custos do Estado, sobre todo o tipo de situações que o lesaram, de desbaratamento de dinheiro do Estado, quase que diria de saque.
Isto tem obrigatoriamente de parar. Não dá para mais. E enquanto não conseguirmos pôr cobro a estas situações, vamos continuar a pagar o “aumento brutal de impostos”, sem que vejamos o Estado a dar-nos, a colocar à nossa disposição, o Estado que pagamos.