O break publicitário dos invisíveis
Por Susana Coerver, co-fundadora da Kindology
Na economia da atenção, onde cada segundo conta, o preço de não ser lembrado ultrapassa qualquer montante investido em originalidade.
Confesso que, nos dias de hoje, a minha interacção com a televisão é mínima, contudo, recentemente tenho dedicado mais atenção às notícias, despertando para os breaks comerciais. Nesse momento, reflecti sobre as horas dedicadas pelas marcas, agências e produtoras. Pensei sobre o tempo investido em campanhas que, apesar do esforço, permanecem praticamente invisíveis, o que me levou a questionar o verdadeiro valor desse intervalo comercial. Não me refiro apenas ao custo de exibição, muitas vezes sujeito a descontos significativos, mas ao valor total envolvido na produção e ao impacto negativo decorrente da invisibilidade desse investimento.
Como activista da coragem, inovação e criatividade, acredito que uma ideia genuinamente boa, requer menos investimento publicitário, pois a sua essência fala por si mesma e aliás, os consumidores falam por ela. Desafiar o status quo e ousar na abordagem de marketing e publicidade pode ser mais eficaz do que seguir a norma.
«When the World Zigs, Zag», como disse a BBH para Levis.
Na economia da atenção, o custo de permanecer na sombra é mais do que financeiro; é o custo de ser esquecido pelas pessoas. Por isso, é fundamental adotar estratégias que não captem a atenção apenas, mas que também deixem uma marca duradoura na consciência do público-alvo.
Qual o último anúncio que viu na TV?