O “Bolo de Noiva” de Joana Vasconcelos é forrado de azulejos portugueses

O “Bolo de Noiva” de Joana Vasconcelos é inaugurado hoje por Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito de uma visita ao Reino Unido para celebrar os 650 anos da Aliança Luso-Britânica. A obra é constituída por cerca de 25 mil azulejos e quase 1.300 peças de cerâmica da casa Viúva Lamego, empresa fundada em 1849.

O pavilhão escultural com raízes fixas em Waddesdon Manor, nos arredores de Londres, assume a forma de um bolo de noiva de três andares em tamanho real – contam-se 12 metros de altura, todos eles forrados com 365 metros quadrados de azulejos e estatuário original do espólio da Viúva Lamego.

Sereias, golfinhos, velas, fontanários, querubins e até um Santo António manualmente produzidos, juntam-se aos muitos azulejos decorativos. Todas as peças foram produzidas manualmente em Portugal e aí montadas para, posteriormente, serem transportadas para Inglaterra.

Este trabalho demorou cerca de cinco anos até ficar concluído. Ao longo desse período, a artista Joana Vasconcelos fez uma viagem no tempo aos arquivos históricos da Viúva Lamego. Moldes de décadas passadas foram recuperados e muitas peças decorativas de edifícios e de fachadas do começo do século XX renasceram para esta produção.

«A Viúva Lamego foi essencial em todo este processo e abriu-nos as portas desde o momento zero. O intenso trabalho de pesquisa ao arquivo histórico da marca resultou na reabilitação de peças que já antes faziam parte do nosso imaginário colectivo e que agora voltam a ter o merecido destaque», diz, em comunicado, Joana Vasconcelos.

Para Gonçalo Conceição, CEO da Viúva Lamego, esta nova obra permite reavivar um legado criado pelas mãos dos artesãos da casa centenária. «Estamos muito contentes por fazer parte desta escultura imersiva, um projecto de grande dedicação da parte da nossa equipa interna em colaboração com a Joana Vasconcelos que vasculhou os nossos arquivos à procura de referências que já não se faziam há muitos anos. É a prova de como a Viúva Lamego permanece actual, sem nunca esquecer o seu passado.»

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